ATA DA TRIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-5-2006.
Aos vinte e quatro dias do mês de maio do ano de
dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Goulart,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario
Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maristela
Maffei, Mônica Leal, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de
Providência nº 1168/06 (Processo nº 2821/06); pelo Vereador Haroldo de Souza,
os Pedidos de Providência nos 1113, 1114, 1115, 1116, 1117, 1118,
1119, 1120, 1121, 1122, 1123, 1124, 1125, 1126, 1127, 1128, 1129, 1130, 1131,
1132, 1133, 1134, 1135, 1136, 1137 e 1138/06 (Processos nos 2714,
2715, 2716, 2717, 2718, 2719, 2720, 2721, 2722, 2723, 2724, 2725, 2726, 2727,
2728, 2729, 2730, 2731, 2732, 2733, 2734, 2735, 2736, 2738, 2739 e 2740/06,
respectivamente); pela Vereadora Manuela d'Ávila, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 060/06 (Processo nº 1522/06); pelo Vereador Mario Fraga, o
Pedido de Providência nº 1207/06 (Processo nº 2893/06); pelo Vereador Nereu
D'Avila, o Projeto de Resolução nº 075/06 (Processo nº 2922/06). Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 349/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; 772, 784 e 785/06, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento
Urbano da Caixa Econômica Federal; 10125379 e 10125480/06, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em
avulsos de cópias das Atas da Trigésima, Trigésima Primeira e Trigésima Segunda
Sessões Ordinárias e da Décima Quarta Sessão Solene, que, juntamente com as
Atas da Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e
Vigésima Nona Sessões Ordinárias, deixaram de ser votadas, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 104/06; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
096 e 092/06, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Professor
Garcia e Haroldo de Souza, o Projeto de Resolução nº 068/06; em 3ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 097/06, discutido pelo Vereador Professor
Garcia, os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/06, este
discutido pelos Vereadores Professor Garcia e Carlos Comassetto; em 4ª Sessão,
o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 110/05, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto. Ainda, o Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se durante o período de
Pauta. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Ibsen Pinheiro, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias vinte e quatro e vinte
e cinco de maio do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Dr. Raul, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão Constituição e Justiça. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu
D'Avila informou que, em reunião
realizada ontem, a Executiva Nacional do Partido Democrático Trabalhista
decidiu pela indicação do nome do Senhor Cristovam Buarque como candidato às
eleições presidenciais de outubro do corrente. Também, lembrou projetos desenvolvidos pelo PDT no campo da
educação, asseverando que
priorizar ações nesse setor sempre foi um compromisso político assumido e
respeitado por esse Partido. O Vereador Dr. Raul analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 090/05, de sua
autoria, que autoriza a criação do Centro Integrado de Planejamento Familiar de
Porto Alegre, destacando a
importância de programas públicos de orientação e conscientização nessa área. Da mesma forma, solicitou o apoio dos
Senhores Vereadores para que seja agilizado o processo de municipalização do
Centro de Saúde-Escola Murialdo e ampliados os serviços médicos oferecidos à
população. O Vereador Carlos Todeschini reportou-se
ao sistema público de segurança de Porto Alegre, comentando casos de violência em escolas da Cidade e convidando
para Audiência Pública sobre o tema, programada neste Legislativo para o dia
vinte e seis deste mês. Igualmente,
relatou denúncias recebidos pela Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana, referentes a cortes no abastecimento de
água pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos. O Vereador Claudio
Sebenelo, afirmando que um
Estado conivente com a criminalidade é uma das maiores causas de insegurança no
País, classificou como negativa
a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Federal. Ainda, contestou críticas ao Governo
Municipal, efetuadas hoje pelo Vereador Carlos Todeschini, e defendeu os serviços prestados à
população pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e pelo Departamento
Municipal de Água e Esgotos. O Vereador Raul Carrion abordou riscos de desocupação compulsória de imóveis, enfrentados
por moradores das Vilas Anita e da Conquista, citando a forma como a busca de área para relocação dessas
famílias vem sendo encaminhada pela Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação. Finalizando, parabenizou
o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos resultados positivos alcançados
por esse político em pesquisas de intenção de voto divulgadas esta semana. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Elói Antônio
Besson e da Senhora Maria Odete Rigon, respectivamente Prefeito e Vice-Prefeita
do Município de Portão – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio
Dib comparou compromissos
assumidos pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando em campanha
eleitoral e a gestão desse político após assumir a Presidência da República. Também, examinou o sistema de
iluminação pública existente em Porto Alegre e questionou o pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Todeschini,
em Comunicação de Líder, de crítica ao Departamento Municipal de Água e Esgotos.
A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor
Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Comassetto e à Vereadora
Maristela Maffei, que relataram suas participações, em Representação Externa
deste Legislativo, respectivamente, no seminário “Plano Diretor Participativo –
o Papel dos Vereadores na reforma urbana”, realizado no dia dezenove de maio do
corrente, no Município de Bagé – RS –, e na VII Semana do Bebê, realizada do
dia dezenove ao dia vinte e um de maio do corrente, no Município de Canela –
RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca de
políticas executadas pela Secretaria Municipal da Cultura, destacando o apoio
desse órgão à realização de eventos populares em Porto Alegre. Além disso,
referiu-se a medidas que estão sendo tomadas visando à recuperação do Auditório
Araújo Vianna, informando que será providenciada a disponibilidade desse espaço
para projetos culturais promovidos pela Prefeitura Municipal. A Vereadora
Maristela Maffei replicou críticas formuladas ao Governo Federal por
integrantes de Partidos que ocupam cargos em Ministérios e autarquias,
afirmando que essas legendas deveriam deixar os postos que ocupam. Também,
teceu considerações acerca dos problemas de segurança pública no Rio Grande do
Sul, contestando o aumento do número de ocorrências registradas e cobrando
medidas que garantam a redução nos índices de criminalidade no Estado. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido
pelo Colégio de Líderes no dia vinte e dois de maio do corrente. Em
continuidade, foi rejeitado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Sofia
Cavedon, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia, por dez votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Todeschini, Cassiá Carpes, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu
Brasinha, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Mario Fraga, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Na ocasião, os Vereadores
Nereu D'Avila, Sofia Cavedon, Sebastião Melo, Haroldo de Souza e Mario Fraga
manifestaram-se acerca do Requerimento formulado pela Vereadora Sofia Cavedon,
tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do assunto. Em
Votação Nominal, 2º Turno, foi rejeitado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
007/05, por vinte e três votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni, João Antonio Dib,
Manuela d'Ávila, Adeli Sell, Sebastião Melo, Paulo Odone, Luiz Braz e Neuza Canabarro,
tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano, Não os Vereadores Ervino Besson, Luiz Braz, Mario
Fraga e Neuza Canabarro e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio
Dib, este com Declaração de Voto. Após, o Vereador Aldacir Oliboni manifestou
sua intenção de requerer a Renovação de Votação para o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 007/05, tendo os Vereadores Mario Fraga e Manuela d'Ávila se manifestado
sobre o assunto e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca das
disposições regimentais que tratam dessa possibilidade. Também, o Vereador Haroldo
de Souza manifestou sua intenção de votar contrariamente ao Projeto de Emenda à
Lei Orgânica nº 007/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
do Legislativo nº 125/05, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a
Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 006/06, com
ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e três votos SIM, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá
Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela
d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Raul Carrion, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 006/06. Em prosseguimento, foi apregoada a Emenda
nº 04, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 244/05 (Processo nº 5126/05). Também, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05. Ainda,
o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando a distribuição, aos Senhores Vereadores, de cópias da
Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05. Em Discussão Geral
e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05, o qual, após ser
discutido pelos Vereadores Claudio Sebenelo, Carlos Comassetto, Bernardino Vendruscolo,
José Ismael Heinen e Elói Guimarães, teve sua discussão adiada por uma Sessão,
a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo. Na
oportunidade, o Vereador Adeli Sell manifestou-se sobre a necessidade de adequação
do Projeto de Lei do Legislativo nº 244/05 à Lei Municipal nº 8.873/02, que
dispõe sobre o uso da Linguagem Inclusiva nos documentos oficiais do Município.
A seguir, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da possibilidade de retirada de tramitação
do Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 016/05
(Processo nº 0350/05). Em continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria do
Vereador Adeli Sell, solicitando a retirada de tramitação do Substitutivo nº
01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 016/05. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/05, com ressalva
da Emenda a ele aposta, após ser discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni,
Adeli Sell, Raul Carrion, Sebastião Melo, João Antonio Dib e Carlos Comassetto.
Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 016/05.
Após, a Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se, convidando os Senhores
Vereadores a comparecerem à apuração dos votos da eleição do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre, a ser realizada às oito horas de amanhã, nesta
Casa. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 032/05, por vinte votos SIM, após ser discutido pelo Vereador
Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado
os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Raul
Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 021/04, por vinte e dois votos SIM,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo
de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 013/05, por
vinte e um votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz,
tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Às dezoito
horas e um minuto, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, Margarete Moraes e Haroldo de Souza e secretariados
pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 2618/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 104/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina
Rua Elieser Furini o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 1946
– Loteamento Wenceslau Fontoura, localizado no Bairro Mário Quintana.
2ª SESSÃO
PROC. N. 1755/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 068/06, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que concede o prêmio artístico
“Lupicínio Rodrigues” ao Músico Francisco Carlos Trindade Saratt.
PROC. N. 2274/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 092/06, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que altera a
redação do art. 3º e inclui art. 3º-A na Lei n. 6.075, de 8 de janeiro de 1988,
que estabelece a exoneração do pagamento da tarifa na falta de troco nos
serviços de transporte coletivo do Município, fixando o troco máximo em trinta
vezes o valor da tarifa.
PROC. N. 2410/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 096/06, de autoria do Ver. Marcio Bins Ely, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor César Saut.
3ª SESSÃO
PROC. N. 2415/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 097/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o
título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Plínio Fraccaro.
PROC. N. 2496/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 016/06, autoriza a desafetação e permuta do imóvel no
Loteamento Parque Imperatriz Norte, Rua Hermínio Leal de Albuquerque.
PROC. N. 2497/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 017/06, que autoriza o Poder Executivo a celebrar convênio
com a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN,
para execução das obras de drenagem pluvial da Rua Uruguai no valor de
R$149.419,53 e dá outras providências.
4ª SESSÃO
SUBSTITUTIVO
N. 01, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que modifica
a redação da alínea “f” do § 3º do art. 94 da Resolução n. 1.178, de 16 de
julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto
Alegre), admitido dois requerimentos de cada espécie, por proposição, em cada
sessão, ao PROC. N. 3677/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 110/05, de
autoria do Ver. Ibsen Pinheiro. Com Emenda n. 01 ao Projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta, no dia de hoje,
apresenta apenas um novo Projeto, que é o de denominação de logradouro.
Eu espero que, nos
próximos dias, nós possamos fazer a alteração da Lei Orgânica, pela Emenda que
apresentei, fazendo com que os Projetos de denominação de logradouros sejam
decididos na Comissão de Justiça e na Comissão de Educação; excepcionalmente,
algum terá de vir a Plenário em razão da solicitação de algum Vereador que
queira discuti-lo. Ele também poderá vir a Plenário por qualquer outra dúvida,
como, por exemplo, uma troca de nome. Aí, obrigatoriamente, deverá vir a
Plenário.
Mas quero, também, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, depois, apresentar uma emenda ao Regimento Interno a fim de que a
Pauta para a denominação de logradouros ocorra apenas uma vez, o que vai
acelerar bastante os trabalhos da Câmara e vai diminuir custos, inclusive.
O Ver.
Almerindo Filho, no seu Projeto, está preocupado com o troco no transporte
coletivo; ele quer que o troco máximo seja fixado em 30 vezes o valor da
tarifa, ao invés de 20 vezes, pois ele entende que, algumas vezes, os
cobradores desacatam aqueles que apresentam uma nota de 50 reais. É claro que
quem leva uma nota de 50 reais para pagar uma tarifa de ônibus não deve ter
outra nota. Ele não faz por mal, até porque não convém mostrar, no ônibus, que
tem dinheiro. Então, eu tenho as minhas dúvidas quanto à validade do Projeto,
mas, de qualquer forma, ele será discutido e será analisado nas Comissões.
A Verª Sofia, em 4ª Sessão, por meio de um
Substitutivo, deseja que os Requerimentos de adiamento possam ser feitos duas
vezes - trata-se de uma alteração do Regimento. Hoje, podemos adiar de um a
cinco dias. Às vezes, o Vereador pede o adiamento por cinco dias, debatem por cinco
dias e votam contra; aí, solicita o adiamento por quatro dias, continuam os
encaminhamentos, e aí pede o adiamento por três, dois ou por um dia. Então, o
Ver. Ibsen sugeriu - e sugeriu muito bem - que somente um adiamento possa ser
solicitado. Três dias, dois dias, isso é uma decisão de quem pede, mas não pode
ser pedido um novo adiamento se for rejeitada aquela proposta.
Portanto, eu acho que nós nos encaminhamos no
sentido de melhorar as coisas nesta Casa.
Eu acharia importante diminuir o número de leis.
Na segunda-feira, o Ver. Haroldo de Souza disse que, no País, há mais ou menos
três milhões e meio de leis. Claro que contando todas as leis municipais, nos
5.600 Municípios, nos Estados e na União; há uma centena de milhares de leis,
e, realmente, não é disso que precisamos. Nós precisamos que as leis sejam
cumpridas, que as leis sejam claras, precisas e concisas, e que as emendas
apresentadas às leis sejam fruto da razão e da experiência, e não apenas porque
o indivíduo quer colocar a sua assinatura, ou porque ele quer favorecer alguém
ou algum caso qualquer.
Portanto, eu acho nós estamos nos encaminhando
bem, já que há poucos Projetos na Pauta - isso me agrada -, e só me resta
dizer: Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente, como a Pauta hoje, na 1ª
Sessão, está resumida apenas a um Projeto de denominação de rua, do Ver. João
Carlos Nedel, e, como das outras Sessões alguns dos Projetos já foram
debatidos, eu não vou utilizar os cinco minutos. Mesmo sendo três nomes de ruas
e uma homenagem, eu quero dizer que acho extremamente importante a colocação
dos nomes nas ruas e fazer homenagens. Esta Casa tem que fazer e continuar
fazendo da forma como, por exemplo, foi feita por V. Exª, ontem, quando
homenageou o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, pelo que lhe dou não só os
parabéns, mas eu acho que foi uma noite memorável para esta Casa. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, três Projetos chamam a
minha atenção. Sobre o primeiro o Ver. João Antonio Dib já falou, é uma
proposta do Ver. Almerindo Filho em relação ao troco na tarifa de ônibus; ele
está propondo o estabelecimento de 30 vezes o valor da tarifa. Na realidade,
com 30 vezes, só vai sobrar a nota de cem reais, Ver. Dib! Quer dizer que, para
quem entrar com uma nota de cem reais, dá problema. Mas nós sabemos que hoje,
para a grande parte da população, 50 reais é muito dinheiro, é um valor
altíssimo. Então, eu também vejo as dificuldades, mas, como o Projeto está na
2ª Sessão de Pauta, nós teremos oportunidade de discutir o Projeto com mais
detalhes.
O Ver. João Bosco Vaz está propondo ao Plínio
Fraccaro, ex-Presidente do Grêmio Náutico União, ex-Presidente do Conselho
Deliberativo, o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre. Acho que é
bem-merecido.
Por último, quero falar do Projeto de Lei do
Executivo, de valor não muito alto - são 149 mil, 419 reais e 53 centavos -,
mas eu gostaria que se prestasse atenção num detalhe importante: é que esse
dinheiro é para um convênio com a Fundação Estadual de Planejamento
Metropolitano e Regional, a Metroplan, através de uma demanda do Comude.
E o que se quer com esse dinheiro? Na realidade,
esse dinheiro vem para ajudar uma indicação do Conselho Municipal de Desenvolvimento,
aprovado pelo Corede Delta do Jacuí, destinado à execução de obra de drenagem
pluvial na Rua Uruguai, no trecho compreendido entre as Ruas José Montaury e a
Siqueira Campos, ou seja, no Centro da Cidade de Porto Alegre. Pois ali, quando
chove, muitas vezes acontecem problemas de alagamentos. Então, esse dinheiro
vem para solucionar esse problema aqui do lado, nesse trecho, especificamente
da Rua Uruguai entre a José Montaury e a Siqueira Campos.
Falo desse Projeto, porque, pela premência de
tempo, o Executivo tem interesse que possamos aprová-lo, o quanto antes, para
vir a liberação do Projeto e começar essa obra na Rua Uruguai, nesse trecho,
então, entre a José Montaury e a Siqueira Campos, para evitar que, cada vez que
chova, aquela região do Centro fique prejudicada. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. HAROLDO
DE SOUZA: Sr.
Presidente, falando daqui mesmo, porque nós temos um Projeto em discussão, que
é do Ver. Almerindo Filho, que estabelece a exoneração do pagamento da tarifa
na falta de troco no serviço de transporte coletivo do Município. Eu não
consigo entender isso.
O cidadão arruma uma nota de cem, aquela
azulzinha, que está difícil hoje, e bota no bolso e vai viajar só com a nota de
cem reais. Se o cobrador não tiver troco, ele vai viajar de graça, sempre, com
a nota de cem reais. São tipos de projetos que não deveriam nem tramitar na
Casa, com todo o respeito que eu tenho ao Ver. Almerindo Filho. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, prezado
público que nos assiste, quero comentar hoje o Projeto em Pauta, de autoria da
minha colega Verª Sofia Cavedon, que altera o Regimento da Câmara a respeito
dos Requerimentos de adiamento de Sessões. Nós temos acompanhado aqui,
internamente, o debate, e muitas vezes travam-se algumas guerras entre opiniões
de Bancadas, que são legítimas, pois se utiliza um instrumento regimental para
apresentar um conjunto de Requerimentos - um Requerimento, dois, três, quatro,
cinco, seis, sete, oito, nove, dez Requerimentos -, pedindo adiamento das
Sessões. E a Verª Sofia Cavedon propõe que sejam admitidos dois Requerimentos
de cada espécie, por proposição, em cada Sessão. Então, com isso, é propiciado
o debate, e, ao mesmo tempo, que a Casa tenha uma definição de limite, de
quanto tempo gastaremos discutindo ou disputando os possíveis adiamentos, por
exemplo, das Sessões e/ou prorrogações dos Projetos em andamento. Então, creio
que esse Projeto da Verª Sofia Cavedon virá para qualificar a nossa dinâmica de
trabalho.
Há outro Projeto, de autoria do Executivo, que
busca celebrar um convênio com a Fundação Estadual de Planejamento
Metropolitano - Metroplan - para execução das obras de drenagem pluvial na Rua
Uruguai, no valor de 149 mil reais. Ver. Carrion, o que me deixa surpreso é que
se está fazendo um convênio com a Metroplan para realizar obras de drenagem
pluvial. Bom, pelo que eu sei, o papel da Metroplan é com relação ao
planejamento estratégico das questões urbanas, planejamento esse que envolve
também a Região Metropolitana. Portanto, trago isso aqui à base do Governo,
pois gostaríamos de ter mais detalhes desse convênio e sobre o que significa
esse trabalho da Metroplan, porque ela tem um papel fundamental, que é
trabalhar a questão do planejamento e dos Planos Diretores.
Aproveito para dizer que esta Casa está
aguardando, desde o dia 1º de janeiro de 2005, a análise e avaliação do Plano
Diretor, que não veio para cá até o momento, e no dia 10 de outubro vence o
prazo legal instituído pelo Estatuto da Cidade para que Porto Alegre também
faça a revisão e adequação do seu Plano Diretor.
Portanto, parece-me que o convênio é importante
para a Cidade, mas está desfocado do papel prioritário, que é a Metroplan
colocar a sua estrutura para o planejamento e estruturação urbana.
Nesse sentido, Sr. Presidente, eu creio que o
PLE nº 017/06, que autoriza o Executivo a celebrar esse convênio com a Fundação
Estadual de Planejamento Metropolitano Regional para fazer uma obra de
drenagem, está desfocado do papel que tem a Metroplan. Nós queremos que a
Metroplan faça convênio com o Município para resolver o problema do transporte
intermodal e/ou o transporte da Região Metropolitana. Nós queremos que a
Metroplan nos apresente e discuta aqui qual é o Projeto da travessia pluvial,
pois está-se fazendo agora um edital de licitação para o transporte pluvial
Guaíba-Porto Alegre. Esse é o papel da Metroplan.
Portanto, deixo aqui essa sinalização para a
Bancada de situação no sentido de que traga mais detalhes desse Projeto de
convênio com a Metroplan, e diga qual é o objeto, porque, da maneira como está
apresentado, está fugindo do objeto, da questão principal da Metroplan, que é
realizar o planejamento metropolitano, o planejamento urbano de mobilidade, o
planejamento estrutural e a integração das cidades metropolitanas.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ibsen Pinheiro solicita Licença para
Tratamento de Interesses Particulares.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença do
Ver. Ibsen Pinheiro e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O SR. NEREU
D'AVILA: Sr.
Presidente, Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, caro Dr.
Raul, que assumirá dentro em breve, senhoras e senhores que nos privilegiam com
suas audiências nesta tarde aqui na Câmara de Porto Alegre, quero me reportar à
decisão da Executiva Nacional do meu Partido, o PDT, que decidiu ontem, por 19
votos a 7, que o nosso Partido terá candidato a Presidente da República: o
Senador Cristovam Buarque. Eu quero saudar essa auspiciosa notícia, primeiro
porque eu acho que, em homenagem a Brizola, o nosso Partido deve ficar com uma
visibilidade nacional; ele não pode se regionalizar. Brizola, se vivo
estivesse, concordaria com isso, nós temos tempo de televisão, temos
candidatos. Esse candidato sempre votou no Brizola, e não por outro motivo, e o
mais importante para o PDT, porque Cristovam Buarque é um educador, foi
Ministro da Educação, é conhecedor dos temas educacionais do País. E, como todo
mundo sabe, o nosso Partido, o PDT, tem um compromisso que nunca renegou, pelo
contrário, sempre que esteve nos governos, tanto do Rio, com Brizola, como
aqui, com Collares, a Secretária Neuza foi um belo exemplo, nós tivemos um
compromisso com a Educação. Compromisso esse que foi estabelecido pela
genialidade do Prof. Darcy Ribeiro, que trouxe da Europa a idéia da escola de
tempo integral, que nós propusemos e executamos. Infelizmente, outros governos
não prosseguiram com a escola de tempo integral que, hoje, José Serra, usando
outra denominação, adota em São Paulo. Acho que ninguém sabe disso; ele deve
ter vergonha de dizer, porque essa foi uma idéia de Brizola e de Darcy
Ribeiro... Mas existe em São Paulo esse compromisso, e nós o saudamos - não o
Governo de São Paulo, mas a idéia do tempo integral.
Então, o nosso Partido, tendo candidato, vai ter
essa visibilidade; o candidato Cristovam Buarque é um homem íntegro. O fato de
mudar de Partido não muda a sua integridade, é um Senador sério, enfim, nós
teremos esse candidato.
Portanto, creio que o PDT terá a sua melhor
eleição nacional, nós estamos em alguns Estados, como o Rio Grande do Sul, com
Collares; no Maranhão, com Jackson
Lago; em São Paulo, com inúmeras Lideranças que irão se eleger como Deputados
Federais, a partir do Paulinho, da Força Sindical, e outros tantos que irão
formar uma grande Bancada do PDT na Câmara Federal, inclusive na questão da
cláusula de barreira, dos 5% que cada Partido tem de conseguir em nível de
votação nacional.
Então, creio que nós, com um candidato, também
ajudaremos na questão do multipartidarismo, porque eu creio que não é bom para
o País ter uma situação de ser A ou ser B, ou PT ou PSDB, ou paulista ou
paulista, quer dizer, eu creio que nós temos que dar ao povo brasileiro... ainda
mais agora que esta Nação passa pela sua maior crise, desde Pedro Álvares
Cabral, uma crise de credibilidade da classe política, pois cada dia há um novo
escândalo. Agora é a questão da Saúde, a mais grave, talvez, para o nosso povo,
aí estão reportagens, mostrando pobres mães correndo com seus filhos, agora vem
o inverno... enfim, exatamente a Saúde, aí com a questão de Deputados
envolvidos no escândalo das ambulâncias, ou seja, é uma vergonha nacional!
Então, eu creio que oferecer ao País só uma
situação de A ou B, B ou A, não é bom! Nunca foi bom! Arena ou MDB! Isso não
existe! As correntes de pensamento são inúmeras, o País é grande! Há que haver
alternativas! Então, o PDT vai contribuir com uma alternativa, com o nome de um
professor, de um Senador ínclito, enfim, o PDT vai participar dos debates
nacionais, tendo o seu candidato e colocando na visibilidade, na vitrine, o seu
“trem pagador”, o carro-chefe das suas idéias, que é a Educação, nosso
compromisso “número um”.
Portanto, nós saudamos essa decisão, claro que
ainda não foi referendada pelo Diretório Nacional, que estará reunido no dia 19
de junho, do qual eu faço parte. Estarei lá votando pela candidatura própria,
porque é uma idéia, é uma situação que Leonel Brizola - no dia 21 de junho fará
dois anos que, infelizmente, nos deixou -, repito, sempre quis, que era
construir um Partido em nível nacional, porque a República Velha é que tinha
partidos regionalizados. Hoje, o Brasil tem de ter partidos nacionais para ter
opinião, não de Estado A ou B, mas que seja a opinião da própria nacionalidade
brasileira. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Dr. Raul
Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem pela
TVCâmara e nas galerias, em primeiro lugar, queria dizer da minha satisfação de
estar novamente assumindo a suplência e poder fazer uso desta tribuna.
Dois assuntos, neste período de Liderança,
levam-me a fazer o uso da palavra. Um deles é a questão que já me trouxe a esta
Casa, uma questão fundamental, que é a do planejamento familiar. Eu acredito
que, através do planejamento familiar, nós vamos conseguir modificar esta nossa
sociedade, a médio prazo, e os poderes públicos têm que, realmente,
envolverem-se de uma maneira mais direta nesse processo.
Eu tenho um Projeto nesta Casa, que autoriza a
criação do Centro de Planejamento Familiar de Porto Alegre, um local em que as
pessoas poderão ter um acesso direto, ou através da rede pública, para que
tenham desde a orientação até a vasectomia, até a ligadura de trompas.
Inclusive, aqueles casais que não podem ter filhos, poderão lá ser atendidos e
ter o seu problema resolvido. Eu acredito que é um Projeto muito importante e
gostaria de contar com o apoio dos colegas.
O outro assunto que me traz a esta tribuna, é
sobre o processo de municipalização da Saúde, que eu acho importante. Eu, como
tenho um envolvimento com a comunidade do Murialdo, no bairro Partenon, queria
que esse processo de municipalização passasse, de uma maneira mais imediata,
nas unidades de saúde do bairro Partenon. O Centro de Saúde Murialdo se compõe
de oito unidades de saúde, em que são formados residentes tanto da área da
Medicina como da área multidisciplinar, e, além dessa formação dos médicos de
saúde da família, existe o atendimento à comunidade. Esse atendimento, nós
temos a convicção de que pode ser ampliado e aumentado, favorecendo a
comunidade do Partenon através da municipalização e da criação de outros PSFs
na Região. Esse interesse existe da parte do Governo Estadual, da parte do
Governo Municipal, e ele gera uma grande ansiedade entre os servidores das
instituições que não sabem se vão ser municipalizados ou não.
Então, eu gostaria de pedir o apoio desta Casa,
dos colegas, para que a gente agilize esse processo, e que essa municipalização
do Centro de Saúde Murialdo se dê o mais rapidamente possível, uma vez que
existe vontade política de ambas as partes. Nesse processo também está inclusa
a municipalização da dermatologia sanitária, que está hoje na mão do Estado.
Hoje, no da Av. João Pessoa, trabalham mais de cem funcionários, e é importante
também que haja esse processo de municipalização com intuito de favorecer o
cidadão porto-alegrense.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Eu peço que, por favor, os Srs. Vereadores se
inscrevam com antecedência para que nós possamos entrar na Ordem do Dia quando
não houver mais inscrições.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Luiz Braz,
na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público presente, assistentes do Canal 16, a Comissão de Direitos Humanos, que
tenho a honra de presidir em companhia das Vereadoras Margarete Moraes, Maria
Celeste, Ver. Raul Carrion, Ver. Cassiá Carpes e
Ver. Ervino Besson, foi convidada por um conjunto de escolas que está muito
apreensivo, muito constrangido e amedrontado pela falta de segurança, pela
insegurança que está vivendo, pelos casos que se sucedem, cada vez mais graves,
Dr. Raul, de segurança.
Nós temos um caso que foi relatado ontem, no
jornal Zero Hora, em que uma professora foi constrangida, à mão armada, em uma
escola onde estivemos na semana passada, numa audiência com duzentas pessoas.
Isso está generalizado. E não são só adultos que estão sofrendo atos de
violência; são crianças que têm a mochila furtada, a roupa furtada, desde sete
anos de idade.
Então, nós temos um quadro montado de caos
total, de ausência de polícia, de ausência de Estado, de insegurança
generalizada, e isso não pode continuar, porque a polícia parece que
desapareceu, o Governo do Estado sumiu completamente e o do Município não faz o
que tem de fazer. A poda das árvores que não é feita pela SMAM, apesar dos
pedidos, significa, muitas vezes, abrigo, proteção e esconderijo para
marginais. O capim que não é podado, da mesma forma. Há falta de iluminação
pública, Ver. Dib; a iluminação está muito mal na Cidade. Há ruas inteiras com
as luzes acesas 24 horas, enquanto outras não têm iluminação pública nenhuma à
noite.
Então, está muito longe, muito distante; o
Estado está completamente ausente, não se encontram policiais, e o Governo
Germano Rigotto foi eleito principalmente com base na idéia de que ele ia mudar
as questões da Segurança.
Portanto, nós estamos aqui por clamor, por
pedido, por ajuste com as comunidades, centralizando uma grande audiência
pública, na sexta-feira, neste plenário, onde nós teremos centenas de pessoas,
dezenas de escolas que vêm aqui fazer o seu relato e o seu registro. Estão
convocados o Governo do Estado e a Secretaria de Segurança do Município para
virem dar, também, conta dos Pedidos de Providências que já foram encaminhados,
porém, até o momento, não têm resposta.
A situação é grave e ela atinge a todos. Por
isso, convidamos todos os Vereadores para estarem aqui, na próxima sexta-feira,
sabendo da gravidade, mais uma vez, do assunto.
Por outro lado, eu não posso deixar de fazer um
registro sobre uma manchete, da última sexta-feira, com relação ao DMAE, que
dizia o seguinte: “DMAE endurece com os devedores”, Ver. João Dib. O DMAE
passou a efetuar o corte de água de maneira intensa e drástica. E mesmo que o
usuário pague a conta, até não dar baixa no sistema, a água não é religada. E
isso causou várias denúncias na nossa Comissão de Direitos Humanos e Defesa do
Consumidor, porque as pessoas têm privado o seu direito de receber água, mesmo
tendo pago a conta.
E o mais
surpreendente é que o Superintendente Comercial do DMAE, que era chefe de
gabinete do Ver. Sebastião Melo, fazia esse tipo de panfleto, à época em que
ele era Vereador, que dizia o seguinte: (Lê.): “Muitas vezes testemunhamos o
drama de pessoas do povo que procuram os gabinetes dos Vereadores querendo
auxílio para resolver o problema do corte de água. Dezenas de vezes ligamos
para as empresas públicas que controlam a água e a luz e sempre vimos seus
dirigentes agindo como se fossem imperadores. Não se tem nenhum argumento que
os convença. A única coisa que funciona são os regulamentos que eles criam. Não
concordamos com esse sacrifício que é imposto ao povo, e acreditamos que existe
solução.”
No
entanto, o Sr. Marcelo Costa, atual Superintendente do DMAE, é o comandante do
que temos hoje. Mesmo as pessoas tendo pago a conta, eles as deixam cinco dias
sem água. Fazem cortes ilegais, arbitrários, autoritários, coisa nunca vista
nesta Cidade, tamanho desgoverno, tamanha arbitrariedade.
Sem
falar, por exemplo, que o morador da Rua Timbira, nº 32, tem a água cortada por
três dias por um erro de ligação do DMAE. Há três dias ele reclama e, até o
momento, a água não foi religada. Isso também dá uma demonstração de
incompetência, incapacidade e desmando total que governa esta Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Todeschini
abriu a sua metralhadora giratória, esquecendo que o Millôr Fernandes
consagrou, para todo o Brasil, a frase de que “o Partido dos Trabalhadores
desmoralizou o escândalo”.
Então, exigir segurança, quando V. Exª sabe
muito bem quais são as causas da insegurança, a gênese da insegurança, e sabe
perfeitamente que o seu Presidente, indiciado com queixa-crime, é hoje, indiscutivelmente, uma fonte de insegurança. O Estado,
conivente com a criminalidade, é gerador de insegurança. Quero que me provem o
contrário, e essa hoje é uma das maiores causas de insegurança neste País.
Os 40 ladrões já
foram identificados, e o Ali Babá todo mundo sabe quem é.
A poda de árvores e o
capim são fatores?! Ora, Porto Alegre tem hoje uma Secretaria Municipal de Meio
Ambiente; a Av. Farrapos, que passou 16 anos só no cimento, hoje está toda
arborizada; a Av. Padre Cacique está toda arborizada, além de novas
arborizações em inúmeras avenidas.
Sr. Presidente, por
favor!
(Aparte
anti-regimental da Verª Margarete Moraes.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Eu paro o tempo de V. Exª e peço
que, por favor, o Plenário respeite, sempre, o orador da tribuna. Por favor!
Devolvo o tempo de V.
Exª Ver. Sebenelo.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Há falta de iluminação? Ora, quanto tempo se esbravejou contra a falta de
iluminação, inclusive em toda a Zona Sul de Porto Alegre, e o Ver. Comassetto
sabe muito bem como era a iluminação lá na Ponta Grossa, como era lá no Chapéu
do Sol, por exemplo.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Não é verdade! Era uma das piores iluminações de
Porto Alegre. Então, a questão da Segurança está muito ligada às questões das
verbas Federais que são sonegadas, hoje, no País, Ver. Nereu.
Este estado do nada,
com esta brilhante figura de Líder internacional que nos governa hoje, vem
fazer esse tipo de reclamação, quando sonega para todos os Estados da
Federação, e o indicador maior foi essa crise brutal que abalou São Paulo. Mas
abalou o País também, porque São Paulo é um Estado brasileiro; não é um Estado
que não depende de verbas federais. Depende sim!
Quantos Pedidos de
Providências, durante 16 anos, esta Câmara fez e não obteve uma resposta. E
agora o Vereador vem reclamar que os Pedidos de Providências não são atendidos.
Que coisa hein! Ora, o DMAE endurecendo com os devedores! Ora, nós sabemos de
cada historinha do DMAE, e das denuncias do CEDECONDH; por favor! Então, ficam
pinçando: a Rua Timbiras, número tal, numa cidade com um milhão e 500 mil
habitantes, pois há uma reclamação lá, e por isto o DMAE não presta! Ah, o que
é isso?! Esse é um argumento que menospreza, inclusive, a inteligência dos seus
Pares, dos seus colegas Vereadores, que têm um pouco mais de inteligência e
sabem que essa é uma forma banal de fazer uma reclamação que não tem nada a ver
com a política de água em Porto Alegre.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: O macaco não consegue olhar para o seu rabo. É
impressionante...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Que coisa linda: vitória no 1º turno. Mas, vamos
ver se até lá a população brasileira tem consciência do monstro que se criou no
País, do medo terrível que esse monstro espalha, e uma pessoa descobriu que ele
vai ganhar apenas para continuar a maior rede de corrupção da história da
República. Por favor, se pactuarem com essa rede, se forem coniventes com essa
rede, aí sim é o fim de todas as instituições brasileiras.
Por isso, é
vergonhoso o que houve, agora, em São Paulo, e vergonha maior talvez seja um
Vereador vir para esta tribuna, ou então deixar os seus filhos verem na
televisão a descrição desta montanha de corrupção e de podridão que envergonha
e enluta este País.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
Para
concluir essa situação caótica, Ver. Comassetto, Ver. Todeschini, no
atendimento aos problemas de habitação na Cidade, ontem nós tivemos uma
audiência com a comunidade do Unidão; são 435 famílias para quem conseguimos,
há quase quatro anos, fazer um acordo entre o Estado - naquele momento dirigido
pelo Governador Olívio, e o Prefeito de então, Sr. Tarso Genro -, para que o
Município entrasse com a terra e o Estado com a infra-estrutura. Cerca de 200
famílias foram atendidas. Há ainda quase 250 que não foram atendidas, e
escutamos, com verdadeiro estupor, do representante da Sehadur, que a
Instituição não tem previsão e não tem isso no Orçamento. E o DEMHAB disse,
quando houve uma reunião no ano passado com a Sehadur, que tinha uma terra lá
na 5.ª unidade, mas não tem nada concreto. Então, me parece que estamos
regredindo nesse terreno, Ver. Comassetto.
Para concluir, eu queria saudar o Governo Lula.
Saíram os dados de abril, e foram criados mais 230 mil empregos, sendo que no
total foram criados, até hoje, no Governo Lula, três milhões e 992 mil
empregos. E é por isto, Ver. Comassetto, que a pesquisa CNT/Sensus apresenta a
vitória de Lula em todas as simulações, já no 1º turno. Por isto o desespero
dos tucanos. O Alckmin esteve ontem aqui, fazendo campanha, desbragadamente,
apesar de a legislação não permitir. Mas o povo sabe o que é bom para ele, e
está trabalhando para, no 1º turno, eleger Lula. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio
Sebenelo.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Por favor, Srs. Vereadores, vamos manter o
respeito dentro do plenário.
Eu quero saudar o Prefeito de Portão, Sr. Elói
Antônio Besson, que é irmão do nosso Ver. Ervino Besson, e a Vice-Prefeita, Srª
Maria Odete Rigon. Sejam muito bem-vindos a esta Casa.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu posso pensar num assunto para falar, mas, de repente, sou
desviado pelo meu amigo Raul Carrion.
O Ver. Carrion anuncia aos quatro ventos que o Dr. Lula criou três milhões e 992 mil empregos e que...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: De carteira assinada. Ele complementou, acho que o
complemento vale, respeito o complemento. Três milhões, novecentos e noventa e
dois mil. Diz ele que são 130 mil a cada mês. Pois, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, no mercado de trabalho, anualmente, ingressam quatro milhões de
jovens, portanto estão faltando oito milhões de empregos daqueles dez milhões
que ele prometeu. Nós temos uma população de 180 milhões de habitantes, e 4
milhões de jovens - estou dando um número baixo - com 18 anos ingressam no
mercado de trabalho todos os anos. O “Dr. Lula” em três anos, quase quatro,
criou três milhões e 900 mil empregos; está devendo quase nove milhões de
empregos; então não está fazendo nada o Lula.
E, por falar em Lula,
devo dizer que o meu Partido, o Partido Progressista, no Rio Grande do Sul, não
dará um voto ao Lula. Na entrevista dada a Ana Amélia Lemos, por quem tenho
profundo respeito; na conversa havida entre Tarso, Ana Amélia e José Otávio...
Posso assegurar que do PP o Lula não leva um voto. Agora, se me dissessem que
do PT ele não vai levar alguns votos, eu acreditaria, sem dúvida nenhuma.
Mas não era disso que
eu queria falar. É que o meu amigo Carlos Atílio Todeschini hoje está de mau
humor. Ele falou nas lâmpadas, da iluminação que não funciona nesta Cidade.
Ora, em 1966, comecei como Assessor-Engenheiro a tratar da iluminação a
mercúrio nesta Cidade, e, com a iluminação a mercúrio, veio a célula
fotoelétrica. Depois disso, fui Secretário de Obras, fui Prefeito, e, com a
célula fotoelétrica, continuavam as lâmpadas acesas o dia inteiro. Então, não
tem Prefeito, não tem Administração que resolva o problema de uma célula que é
muito sensível; passa um passarinho ali e já a célula fecha, e a lâmpada não
apaga mais. E mesmo na Administração deles continuaram colocando iluminação
nova na Cidade, como também estamos fazendo na Administração Fogaça, mas não
podemos esquecer que o vandalismo existe; nós não podemos esquecer que os fios
são roubados e até, de repente, tem gente acidentada roubando fios. Quando eu
fui Prefeito, troquei a iluminação da Av. Castelo Branco três vezes, e por três
vezes eles levaram os fios. Nós até energizamos os fios para ver se evitávamos,
e eles descobriram um método de levarem os fios assim mesmo.
Mas o que mais me
impressiona no mau humor do meu amigo Carlos Atílio Todeschini, hoje, é que ele
fale contra o DMAE, que é dele e que é meu; eu fui Diretor duas vezes, ele foi
Diretor uma vez. Mas nós dois gostamos muito do DMAE, tenho certeza, e nós dois
conhecemos aquela gente que lá no DMAE trabalha, e que se o DMAE está cobrando
aqueles que estão em débito, está cobrando com rigor, sempre deveria ter feito
isso, mas nós também sabemos que ninguém foi ao DMAE dizendo da sua dificuldade
momentânea e não foi atendido. Agora, tem muita gente que diz: “Ah, o DMAE eu
não pago agora, pago depois”. Eu, quando fui Diretor do DMAE, às vezes recebi
pessoas de grandes recursos, que não haviam pago a água e achavam que era uma
barbaridade estarmos cobrando com rigor. Cansei de recebê-los. Agora, nunca
alguém que não podia pagar, que se vê, que se nota - “Olha, estou desempregado”
-, teve sua água cortada sem ser ouvido pelo DMAE. O coração dos servidores do
DMAE é muito bom.
E se alguém, no caso,
demorou três dias... Quando estourou a adutora na Av. José de Alencar, eles
levaram quatro dias para arrumar; eu passava na hora em que ela rompeu, e
levaram quatro dias para arrumar; no meu tempo se arrumava em algumas horas.
Então, não vamos fazer agressão àquilo que nós ajudamos a construir sem nenhuma
razão maior.
Portanto, meu amigo
Carlos Atílio Todeschini, melhore o seu humor. Vou dar-lhe uma balinha agora.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto
participou do Seminário “Plano Diretor Participativo, O Papel dos Vereadores na
Reforma Urbana”, e faz o relato da sua participação naquele seminário.
O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras
e Vereadores, prezados ouvintes, venho aqui a esta tribuna para fazer um relato
da atividade de que participamos fora do Município, representando esta Câmara
e, também, no papel de Coordenador da Frente Nacional pela Reforma Urbana no
Rio Grande do Sul, no Seminário da Região Campanha e Fronteira-Oeste, que
realizamos em Bagé na sexta-feira última, dia 19 de maio de 2006, com o tema
“Reforma Urbana e Plano Diretor Participativo e o Papel dos Vereadores e das
Câmaras Municipais” nesse processo. Lá estiveram presentes representantes das
Câmaras Municipais, além do Município de Bagé, sede, coordenada pelo Ver. Delvo
de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Bagé, representantes dos
Municípios de Dom Pedrito, Alegrete, Santa Maria, Rosário do Sul, Lavras do Sul
e um conjunto de representantes de associações de moradores e técnicos. E lá
esteve presente, também, o Ministério das Cidades que hoje financia, no Rio
Grande do Sul, 29 cidades para a elaboração dos seus Planos Diretores.
Nos trabalhos
desenvolvidos, o primeiro painel, Sr. Presidente, tratava do “Papel do Vereador
na Elaboração dos Processos dos Planos Diretores”. Este é um tema que nós
necessitamos ainda discutir muito entre as Câmaras Municipais, valorizar, e até
me arriscaria dizer aqui, trazer todo um debate de capacitação, inclusive das
Câmaras e suas assessorias, para elaborar esse Projeto, que é tão nobre e
estratégico, como o segundo projeto de importância que têm os Municípios.
Além disso, o segundo
painel teve a apresentação da experiência do Plano Diretor do Município de
Santa Maria, que foi recentemente aprovado por consenso naquela Casa, pois
houve uma construção participativa, não só da sociedade, mas do Legislativo
Municipal, na sua elaboração, discussão e aprovação.
O terceiro painel foi
a demonstração da atuação da Caixa Econômica Federal junto aos Municípios do
Rio Grande e do Brasil no que diz respeito às políticas de Reforma Urbana e
Habitacional.
E o quarto painel foi
relativo aos “Programas e Ações do Governo Federal e suas Aplicações nos
Municípios”.
Mas quero trazer
aqui, Ver. Raul Carrion, V. Exª que é Conselheiro, representando os
Legislativos Municipais do Rio Grande do Sul no Conselho Nacional
das Cidades, um conjunto de exigências que nós, Legisladores municipais, temos
de ter perante o Estatuto da Cidade.
O Estatuto da Cidade, Sr. Presidente, determinou
que, cinco anos após a sua aprovação, que foi no dia 10 de julho de 2001, todos
os Municípios com mais de 20 mil habitantes terão de ter os seus Planos
Diretores elaborados e/ou revisados, e que os Prefeitos que não construírem
isso até o momento podem sofrer a ação de improbidade administrativa. Portanto,
este é um papel nosso, dos Legisladores, de exigir isso dos Executivos
Municipais.
E aqui, caros colegas Vereadoras e Vereadores,
faço uma ressalva, Ver. Nereu D’Avila, no nosso caso, de Porto Alegre, nós
temos de fazer a adequação do nosso Plano Diretor à luz do Estatuto da Cidade,
e a sua revisão. Esse processo está correndo, e nós não recebemos nada ainda do
Executivo Municipal para ser cumprida essa agenda legal, que é no dia 10 de
outubro, e nós estarmos com esse processo concluído. É claro que nós temos de
ter a preocupação de nos situarmos no contexto.
Este ano será um ano eleitoral; trabalharmos uma
Lei com esta grandeza no período eleitoral nunca foi o melhor período
recomendado.
Portanto, trago aqui o alerta construído no
Seminário pelo conjunto de colegas Vereadores que lá estiveram no sentido de
que este é um papel que nós e as Câmaras de Vereadores temos de nos empenhar
para que seja cumprido: que até o dia 10 de outubro todos os Municípios com
mais de 20 mil habitantes elaborem os seus Planos Diretores e, no caso de Porto
Alegre, que nós tenhamos a revisão e a adequação deste Projeto elaborado. E
este é o nosso papel aqui da Câmara de Vereadores.
Então, este é o relato, Sr. Presidente, do
“Seminário do Plano Diretor Participativo e o Papel dos Vereadores na Reforma
Urbana”, que realizamos no dia 19 último, na cidade de Bagé.
Quero fazer um convite aos Srs. Vereadores;
neste próximo final de semana, dias 25 e 26, estará acontecendo o “Encontro da
Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana”, em Curitiba, justamente
para tratar desses temas da estrutura nacional. Faço um convite a todos os
colegas Vereadoras e Vereadores que queiram e possam participar. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito obrigado,
Ver. Carlos Comassetto. Também presta relatório a Verª Maristela Maffei, que
esteve representando esta Casa no “Seminário do Bebê”, lá em Canela.
A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, é importante
quando representamos esta Casa, até porque esta Casa é rigorosa neste aspecto -
positivamente rigorosa -, pois prestamos conta do trabalho quando estamos
externando a imagem, dando visibilidade à Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Na semana passada, Ver. Sebenelo, em Canela,
houve a 7ª Semana do Bebê, e, na sexta-feira, nós tivemos o 2º Encontro das
Frentes Parlamentares do nosso Estado, em que as pessoas se debruçaram sobre
esse tema, bem como sobre as articulações que temos de fazer em relação às
Frentes Parlamentares, em defesa da criança e do adolescente. Esteve lá, também,
como Coordenadora de Mesa, a nossa Verª Margarete Moraes, juntamente com as
outras representações desta Casa, e eu, com muito orgulho, também estive lá
representando esta Casa, e espero tê-la representado à altura de todas as
Vereadoras e Vereadores.
Quero, rapidamente, Vereador, fazer uma leitura,
que não vai durar os cinco minutos, para dizer o quanto são importantes as
Frentes Parlamentares, na medida em que nós estamos recebendo a LDO, na medida
em que nós estamos discutindo as Diretrizes Básicas, e depois vamos nos
debruçar sobre a questão Orçamentária, quando vamos nos deter nas emendas
populares, nas emendas dos Vereadores em relação a essa área. Quanto maior for
o comprometimento, mais vão ganhar exatamente os que mais precisam.
É uma pena, porque parece que este assunto não
está interessando ao Plenário, e eu vou parar por um minuto, Vereador. Pelo
menos alguns colegas poderiam disfarçar, para que nós não fôssemos motivo de
chacotas, como aconteceu no domingo passado, após o programa do Fantástico, quando
foi mostrado que ninguém presta atenção a nada. Eu, aqui, estou exercendo a
minha função de Vereadora na representação, no exercício desta Casa. Quando a
gente está em representação, a gente não quer tirar o papel de ninguém, porque
quem tem trabalho não tem sombras. E a gente tem de ter respeito pelo trabalho
de todos e não se preocupar em “puxar o tapete”, mas, sim, em somar esforços, e
é o que a gente faz aqui.
Então, continuando o debate, eu gostaria de
dizer que lá, num dos debates, em que nós discutimos o papel do Parlamento, foi
dito o seguinte (Lê.): “Nas últimas décadas, a defesa dos direitos de crianças
e adolescentes ganhou um lugar de destaque na agenda pública do Brasil e do
mundo. Ao lado de vários países de todos os continentes, o Brasil assinou
tratados, atos e convenções internacionais que mudaram a concepção sobre a
infância e a adolescência. Com isso, o País se comprometeu a adotar ações e a
elaborar leis em favor da população infanto-juvenil. Nesse processo,
fundamental para a consolidação da nossa democracia, o Parlamento brasileiro
tem desempenhado um papel central através de suas três instâncias de poder.
É tarefa essencial dos Parlamentares não apenas
fazer as leis, mas também participar ativamente das discussões, da elaboração e
do acompanhamento do orçamento público. A Constituição brasileira determina, em
seu art. 165, que o orçamento deve ser regido por três leis de iniciativa do
Poder Executivo. São elas: o Plano Plurianual, que estabelece as diretrizes e
metas básicas para quatro anos e tem vigência do segundo ano de governo até o
primeiro ano da administração seguinte; a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que
fixa metas e prioridades para cada ano, as despesas de capital, as orientações
para elaboração da lei orçamentária anual, as alterações na legislação
tributária e a política de aplicação das agências oficiais de fomento; e a Lei
Orçamentária Anual, que é a tradução das prioridades e recursos.”
Esses debates que nós fazemos nos orientam,
Vereador, porque a comunidade, muitas vezes, não tem o esclarecimento e, muitas
vezes, por manobras do Parlamento ou do Plenário, acaba sendo prejudicada.
Nesse sentido, a Frente Parlamentar desta Casa estará realizando, no dia 8, o
primeiro debate com as entidades de Porto Alegre, para já nos preocuparmos com
as diretrizes dos quatro anos.
Portanto, nós vamos oficiar para os nobres
Vereadores que fazem parte da Frente Parlamentar, bem como aos demais, para que
se juntem a nós, e que saia, de fato, a prioridade do orçamento-criança aqui na
cidade de Porto Alegre.
Eu queria agradecer aos Vereadores por terem a
mim confiado essa representação, bem como à Verª Margarete, que eu já citei
antes, que esteve lá, coordenando uma das mesas, porque foi um momento muito
importante. Em seguida, a Assembléia Legislativa também vai estar organizando
outros projetos sob a luz daquilo que nós modestamente iniciamos aqui, como é o
fato do dia 2, quando estaremos aqui debruçados sobre a reformulação da lei, da
regulamentação dos Conselhos Tutelares aqui de Porto Alegre. Fiquei muito feliz
porque a Deputada Estadual Miriam Marrone também
vai organizar lá, Verª Maria Celeste, Verª Manuela, Verª Margarete, e vai estar
aqui presente no dia 2, para que possamos pensar no Estado todo, o que é muito
importante, porque ninguém faz nada sozinho. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): Muito obrigado, Verª Maristela
Maffei.
A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu queria, neste meu tempo de Liderança, colocar mais uma vez desta
tribuna o grande orgulho e a satisfação que temos, porque estamos acompanhando
as inúmeras iniciativas tomadas pela nossa Secretaria de Cultura, a Secretaria
de Cultura do nosso Município.
Nós temos acompanhado
os apoios, as parcerias que têm sido realizadas, através de várias entidades
com o Poder Público, o que tem garantido a continuidade, a ampliação e o
enriquecimento de várias festas culturais e religiosas. Poderia citar inúmeras
delas, posso citar a Festa de São Jorge, posso citar - não vejo aqui o nosso
Ver. Oliboni, que trabalha talvez num dos mais importantes eventos culturais,
religiosos da nossa Cidade - a procissão do Morro da Cruz.
Eu acho que também é
fundamental resgatar todo o empenho no prosseguimento dos projetos de
descentralização e a parceria respeitosa e construtiva feita com os artistas do
grafismo da nossa Cidade, que já refletem efetivamente no embelezamento de
Porto Alegre.
Mas eu quero me
referir também a todas as iniciativas já em andamento referentes ao nosso
Auditório Araújo Vianna; aos empenhos de restauração do Araújo Vianna - um
equipamento público fundamental para os atos culturais de Porto Alegre, que
desde 2002 tinha um problema de deterioração, oferecendo,
inclusive, riscos para as pessoas que lá pudessem transitar.
Quero resgatar, a bem da verdade, que desde a
gestão da Verª Margarete Moraes isso se colocava, mas, nos três últimos anos, o
Secretário Vítor Ortiz tentou infrutiferamente recursos para a restauração do
Auditório Araújo Vianna e, infelizmente, não foi possível o ex-Secretário
captar esses recursos, na medida em que, para a restauração do Araújo Vianna,
eram previstos, só para a restauração, aproximadamente um milhão de reais. E o
fato de não ter sido recuperado no prazo, fez exatamente com que, hoje, seja
necessária a colocação de uma nova cobertura no Araújo Vianna, cuja previsão de
custo é de aproximadamente três milhões de reais. É preciso, portanto, para
devolver o Auditório Araújo Vianna à nossa Cidade, que é o nosso projeto, que é
o nosso compromisso, um investimento de aproximadamente três milhões de reais.
A saída para isso é, evidentemente, uma política
de parceria com os setores culturais e empresariais dessa área, através de uma
co-gestão que será feita através de edital público de licitação.
Portanto, a Prefeitura de Porto Alegre
continuará responsável por aquele equipamento cultural, mas para sua
efetivação, dentro da nossa política de parcerias, estão sendo construídos os
caminhos para uma solução para aquele equipamento.
Eu queria dizer também que os pareceres feitos
pelos arquitetos renomados, como é o caso do Moojen e o Dr. Fayet, apontam para
a necessidade da substituição de toda a cobertura do Araújo Vianna.
Infelizmente esse equipamento - o Araújo Vianna -, nos últimos anos, em 2004,
por exemplo, o Poder Público pôde utilizá-lo apenas oito vezes.
O que nós estamos fazendo, neste momento, é a
preservação pública daquele espaço e, através de um concurso público, da
licitação, garantindo a continuidade de um percentual para que a Prefeitura
possa, evidentemente, continuar a apresentação das suas atividades culturais.
Eu quero lembrar, por exemplo, que em nossa
Cidade, o Centro de Eventos Gaúchos - o Harmonia -, construído pelo Governo
passado, tem apenas 30% das datas previstas para a Prefeitura. Quero dizer
também que nós não chamamos esse procedimento de parceria, de privatização. E
quero dizer que o Centro Cultural do Imperial - que esteve por várias vezes
neste plenário -, que hoje é administrado pela Caixa Econômica Federal, foi
feito sem licitação e sem utilização da Prefeitura como definidor dos espaços.
No caso do Araújo Vianna não será assim; será
permanecida a gestão pública, será garantida a restauração e serão garantidas
as parcerias necessárias para que aquele espaço possa, de volta, oferecer os
espetáculos para a Cidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu estou
solicitando para que todas as Lideranças se inscrevam com antecedência.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, agora eu não
tenho mais desculpa, Vereador, porque agora eu já sei do acordo. Mas, como eu
falei antes em representação, acho que confundi um pouco.
Em primeiro lugar, quero dizer que estou muito
feliz com o resultado dessa nova pesquisa, apesar dos problemas que todos
sabemos e ainda enfrentamos, e porque nós também nunca tivemos a pretensão de
achar que íamos resolver todos os problemas do nosso País. Mas, Ver. Carrion,
acho que é um momento importantíssimo no avanço da cristalização da democracia
no nosso País, da soberania econômica e política do nosso País. Nós temos
grandes desafios ainda pela frente, mas o PSB sabe o quanto tem que contribuir
nessa luta junto com os camaradas, junto com todos aqueles que, de fato,
acreditam neste País.
Agora, eu também não posso aceitar algumas
declarações - sei que não são pessoais, que não se referem aos Parlamentares
desta Casa - daqueles que - e me desculpem os que estão nos assistindo - mamam
na teta do Governo, e depois vêm dizer que não darão nem um voto para o
Presidente Lula! Eu não entendo! Ora essa! Há vários Ministérios, há várias
Secretarias, e em um deles, como é o caso do Ministério das Cidades, está o
afilhado do Severino Cavalcanti. Mas quando do processo de votação do
Orçamento, pedem mais cargos, mais concessões, mas poderiam, no mínimo, ter a
delicadeza de dizerem: “Apesar de nós termos o ministério tal, a secretaria
tal, o departamento tal, nós ainda...”.
Então, não dá para ser assim. Ou saem, ou deixem
de ser ingratos, porque todos nós temos a responsabilidade de construir este
País. Apesar do carinho que tenho pelos que já falaram, mas na política, eu não
posso deixar de dizer isso, porque é uma questão de responsabilidade. De fato,
estou muito feliz onde estou, em todos os aspectos e partidariamente; mas muito
feliz pela responsabilidade que nós temos na conjuntura nacional de fazermos
esse enfrentamento, com bravura, mas também com ternura.
Também não posso deixar de comentar o que
estamos vivendo aqui - e não o faço de maneira oportunista -, como as questões
da violência, sobre o que em outras oportunidades já vínhamos nos pronunciando.
Mas temos de comentar este momento, até pela repercussão do que aconteceu em
São Paulo, e dizer que São Paulo não é o único lugar onde isso ocorre. Na
última segunda-feira, fiz uma manifestação aqui - não querendo atrapalhar as
Lideranças - sobre o assassinato brutal do tabelião Batista, com quem convivi
quando criança, e por quem peço a Deus que o acolha. Foi um assassinato duro.
Também temos visto ultimamente a questão das
crianças, da violência, dos assassinatos, o que, em nosso Estado, estão com
números alarmantes devido à escala crescente de insegurança nunca vista antes.
Em números comparativos realizados entre 2002 e 2005, fontes do site www.sjs.rs.gov.br, da Secretaria de
Segurança Pública, os crimes aumentaram em 20,6%; a extorsão mediante seqüestro
aumentou em 41%; os homicídios consumados aumentaram em 53,3%. Quanto aos
roubos, foram de 61.928, em 2002, para 70.236, em 2005. Então, vejam, senhoras
e senhores, ou nós vamos fazer um esforço coletivo para preventivamente
acabarmos com esse caos em que está o Estado do Rio Grande do Sul - e aqui eu
não quero nem falar de São Paulo -, com o desgoverno do Governo Rigotto, ou
nós, Ver. Todeschini, unificamo-nos nessa luta, criminalizando quem tem de ser
criminalizado, dentro das instituições, ou nós vamos ver tombados muitos
“Batistas”, como foi o assassinato do tabelião; muito mais crianças, como foi o
caso da chacina em Passo Fundo; e muito mais filhas e filhos nossos.
Que Deus nos livre, mas pelo jeito que as coisas
estão indo, com o caos instaurado, de fato, a gente tem de pensar num aspecto
positivo que é a unificação de forças; e num aspecto muito negativo, que é a
realidade que estamos vivendo. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais
Lideranças inscritas.
Havendo quórum, passamos à
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, eu não tenho nenhum objetivo de criar embaraços, só que na porteira
por que passa um boi, passa uma boiada. Há uma combinação de uma ordem, abre-se
o painel, há quórum para votar, agora dizem: “Ah, bom quando houver...”. Então
estou partindo do pressuposto, primeiro, que todos vão votar favorável;
segundo, de que tem de ter o quórum de 24 Vereadores. Então, eu acho que isso
está mal-encaminhado.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, eu
queria informá-lo que nós já temos quórum. Nós já temos condições, sim, de
entrar na discussão do Projeto do nepotismo. Se fizermos a inversão agora, eu
sugiro que nós cancelemos todas as reuniões de Lideranças que acertam a
determinação do trabalho até tarde. Porque, de manhã a gente acerta uma coisa,
e, à tarde, não é cumprido.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Verª Sofia, a
ponderação deste Presidente é de que, como vai haver ainda encaminhamento por
parte de todas as Bancadas, eu acredito que nós teríamos tempo suficiente para
a chegada de Vereadores que se encontram nos seus gabinetes para que pudéssemos
votar aqui, com quórum, o Projeto do nepotismo.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
eu quero apenas fazer um registro de que, na segunda-feira - lembro-me bem, e
acho importante que se mantenham as decisões - nós priorizamos um Projeto para
quarta-feira, e nós não estaríamos rompendo com o acordo. Nós normalmente colocamos
na ordem, para a semana, projetos prioritários para o dia, especialmente para a
quarta-feira - priorizamos o Projeto da Verª Clênia -, não vencidos na
segunda-feira...
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vereadora, eu
pediria que V. Exª compreendesse a situação da Mesa. Eu não posso permitir que
V. Exª use o tempo que não está no Regimento. V. Exª fez um Requerimento para
uma inversão. Eu pergunto se V. Exª mantém o seu Requerimento para fazer a
inversão?
A SRA. SOFIA CAVEDON: Mantenho, e
gostaria de encaminhar.
O SR. MARIO FRAGA: Vereador, em um
primeiro momento, este Vereador tinha feito um acordo com a Verª Sofia, só que
com 25 Vereadores presentes eu o desfaço, da nossa parte. O Ver. Claudio
Sebenelo está ali e não deu presença ainda.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Sim,
registramos a presença do Ver. Claudio Sebenelo.
Pergunto se a Verª Sofia ainda mantém o seu
Requerimento, apesar de nós termos 26 Vereadores em Plenário?
Mantém.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente,
V. Exª colocou em votação a ordem de votação e os Vereadores concordaram.
Então, a ordem de votação está liquidada e transitada em julgado. Se ela
solicitou, foi um acordo extra-regimental, porque, na verdade, já há uma ordem
votada; V. Exª colocou em votação!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Corretíssimo,
Ver. Sebastião Melo.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Mas ela só
pediu, porque não havia 25, agora há 26 Vereadores! Vamos entrar direto, senão
vira brincadeira isso!
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
apenas gostaria de encaminhar, porque entendo que foi votada uma ordem, é
verdade, mas, a qualquer momento, qualquer Vereador pode apresentar um
Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está correto,
Verª Sofia Cavedon, a qualquer momento o Vereador pode apresentar um
Requerimento. Acredito que isto acabe interferindo, Ver. Sebastião Melo,
inclusive nas validades das nossas reuniões de segunda-feira. Mas eu não posso
negar o direito da Verª Sofia de fazer o Requerimento e de encaminhá-lo.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
eu lhe agradeço, e quero pontuar algumas questões. Veja, eu recebi hoje, no
início da Sessão, uma ordem que tinha a previsão da votação do Projeto da Verª
Clênia em primeiro lugar. E por que isso? Porque alguém está armando contra a
Mesa e Lideranças? Não. Porque esta é uma lógica que nós construímos, sábia, na
reunião de Mesa e Lideranças. E qual é a lógica? Que nas quartas-feiras nós
combinamos votar Projetos mais complexos, e temos construído este acordo.
Elencamos um número de Projetos e os direcionamos aos dias: este será na
segunda-feira e o da quarta-feira normalmente é listado e combinado. Lembro-me
muito bem de segunda-feira: ficando ou não resíduos, ele está priorizado para
votar, por isso já votamos outros Projetos importantíssimos aqui como a Guarda
Municipal, mesmo não tendo vencido a Pauta da segunda-feira. Então, veja como
não é um entendimento errado o meu. Nós combinamos, e eu lembro muito bem que a
Verª Clênia tem um Projeto importantíssimo, o dispusemos para quarta-feira, já
indicamos que votaremos o Projeto dos bares na quarta que vem. Então, não é
algo estranho, Ver. Sebastião Melo, não é estranho ao nosso acordo de
segunda-feira, Sr. Presidente.
Em segundo lugar, o que eu quero ponderar?
Entramos na Ordem do Dia, e como havia sido expressado pela Verª Clênia, Líder
do Governo, contrariedade em relação a priorizar o seu Projeto no início da
tarde, nós até avaliamos a possibilidade de começar com o Projeto do nepotismo.
Só que este Projeto é um Projeto de Lei Complementar, nós temos de ser sérios
com isso. Nós sempre acordamos aqui, nunca votamos, Ver. Sebastião Melo, um
título de Cidadão Emérito desta Cidade se não tivéssemos os vinte e quatro
presentes, se não tivesse quórum suficiente, para não prejudicar o Vereador e
nem o homenageado. Ora, se fizemos isso com uma homenagem, o que dirá com um
Projeto dessa natureza? Então, é legítimo, e a nossa Bancada, preocupada, pediu
para trocar a ordem e garantir o Projeto da Verª Clênia primeiro. Então, também
não tem nada de lógica romper acordos, ou, “onde entra um boi, entra uma
boiada”. Já trabalhamos com isso, nós temos esse cuidado. Quando se trata de um
projeto que exige a maioria absoluta, nós sempre cuidamos para que seja no
melhor momento.
Quero pontuar essas questões, porque aqui está
se forçando a barra como se não quiséssemos votar. Nós queremos encontrar, com
a Casa, o melhor momento para a votação desse Projeto.
Acho que um projeto dessa importância, que
discute um tema tão delicado, não pode ser votado sem termos a maioria de
Vereadores neste plenário. No momento estamos com 28 Vereadores em plenário;
nós somos 36.
Então, votamos agora o Projeto da Verª Clênia
Maranhão, que não é polêmico, e, depois, entramos no Projeto sobre o nepotismo.
Em cima de culturas e combinações sábias, na
minha opinião, que já construímos como Mesa e Lideranças, é que mantemos o
nosso Requerimento da inversão dos dois Projetos. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz):
Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o Requerimento da Verª
Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
por 10 votos SIM e 14 votos NÃO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
2º
TURNO
PROC.
N. 2166/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 007/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
altera a redação do parágrafo único do art. 19 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, que veda a prática de nepotismo em todos os níveis da
Administração Pública Municipal.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto e ao Substitutivo n. 01;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Antonio Dib: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n. 01;
- da
CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Adeli Sell: pela aprovação
do Projeto e rejeição do Substitutivo n. 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos
Comassetto: pela aprovação do Projeto e rejeição do Substitutivo n. 01.
(empatado)
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relatora-Geral
Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação da Emenda n. 01 e pela rejeição da Emenda
n. 02. (Parecer aprovado pela CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM;
rejeitado pela CECE e CEDECONDH.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Vamos passar à
votação, em 2º turno, do PELO nº 007/05. O Ver. Aldacir Oliboni, como autor,
está com a palavra para encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, estou
encaminhando como autor o Projeto que veda o nepotismo até segundo grau no
município de Porto Alegre, isto é, ao detentor do cargo. Este Projeto que veda
o nepotismo até segundo grau ao detentor do cargo vai proibir a contratação de
parentes até segundo grau no Gabinete do Prefeito Municipal, no Gabinete do
Vice-Prefeito, no Gabinete dos Secretários Municipais, nos Gabinetes de
Presidentes de Autarquias e nos Gabinetes dos Vereadores. Este Projeto
tem tramitado desde o início do ano passado em todas as Comissões, algumas
delas com parecer favorável; outras, com parecer contrário, mas foi de
fundamental importância, porque, neste ano, em acordo feito nesta Casa, na
votação em 1º turno, tivemos 28 votos favoráveis e um voto contrário. Por isso
estamos hoje votando o 2º turno, que precisa também de dois terços dos nobres
Vereadores e Vereadoras. Precisamos de 24 votos, que vão legitimar o Projeto,
que entrará em vigor somente daqui a um ano, isto é, após a promulgação da lei
pelo Prefeito Municipal. Teremos um ano ainda para a readequação daqueles que
praticam o nepotismo no Município de Porto Alegre.
Queremos relatar que algumas objeções, algumas
indagações foram feitas e que poderão alguns Vereadores achar que este Projeto
possa até ser inconstitucional. O Ver. João Antonio Dib disse que há um erro de
redação, mas observamos que esta Casa já fez a correção de muitos outros erros
mais graves, até um, recentemente, do Governo Municipal, isto é, do Executivo,
quando foram alteradas duas folhas de um Projeto de Lei. Ora, por que não
podemos, então, ter a possibilidade de bem incluir apenas uma palavra?
Entendemos que esse não é o objeto da discussão, mas que o objeto principal é a
questão do nepotismo, e, por isso, conclamamos, nobres Vereadores, que este é
um momento de extrema importância, eu diria até que um dos momentos mais
importantes que a Câmara Municipal de Porto Alegre está tendo neste ano para
poder demonstrar, claramente, através da sua ação, através do seu voto, o
quanto é importante a nossa posição, seja ela favorável ou contrária: o direito
legítimo dos Vereadores de aqui exercer a cidadania; o direito legítimo. O voto
não vai prejudicar o direito do cidadão de ter votado nesses Vereadores, mas
cabe, claro, não somente à imprensa, não somente àqueles que criticam a ação
parlamentar, poder discordar do voto do Vereador.
Muitas indagações foram feitas quando saiu essa
matéria nos meios de comunicação de Porto Alegre, e ali se percebeu a fundamental
indagação dos eleitores: por que Porto Alegre não assimilou ainda a lei
antinepotismo? Se observarmos a decisão estatutária dos Partidos, 100% deles,
na questão estatutária, são contra o nepotismo! Por que os nobres Vereadores
votariam contra, se é uma ação óbvia que deve obedecer aos estatutos dos
Partidos?! Se nós olharmos na Internet, nós vamos observar que todos os
Partidos, no Projeto que tramita em nível federal, estão pressionando o
Governo, o Congresso Nacional, para que se vote o projeto em nível nacional -
e, aí, não precisaria votá-lo em nível municipal -, o que proibiria, inclusive,
o nepotismo até o 3º grau em todas as esferas, federal, estadual ou municipal.
Mas estamos nós aqui, dando uma demonstração viva, presente, como inúmeras Câmaras
já deram, a exemplo da Câmara de São Leopoldo, que acabou com o nepotismo até
2º grau, ao detentor do cargo até 2º grau.
Por essa razão é que nós estamos aqui
conclamando os nobres Vereadores - sejam aqueles que votaram conosco no 1º
turno, sejam aqueles que ainda não se convenceram - para dizer que essa ação é
de extrema importância. Vejam o que fez o Conselho Nacional de Segurança, numa
norma interna: deu 60 dias para que o nepotismo fosse eliminado em todo o País.
Criou-se um clima propício, um clima de saudação, um clima de valorização dos
Parlamentos, para que nós possamos, então, com uma ação concreta da Casa, seja
ela da Câmara de Vereadores, do Congresso Nacional, das Assembléias
Legislativas, demonstrar vivamente que os Partidos poderão começar a dar a
sinalização através da sua iniciativa.
Então, é nesse momento que a Câmara Municipal de
Porto Alegre está dando a oportunidade de, no 2º turno, poder acompanhar a
votação. Creio eu que a votação em 1º turno, em que a grande maioria votou
favoravelmente, foi muito positiva - e a imprensa tem elogiado isso. É nesse
sentido que eu faço um apelo aos nobres Vereadores e Vereadoras para votarem
favoravelmente ao Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
o Projeto apresentado pelo Ver. Aldacir Oliboni, sobre nepotismo, foi aprovado,
com o voto contrário do Ver. Luiz Braz; o Substitutivo do Ver. Luiz Braz foi
rejeitado.
O Projeto foi aprovado, porque havia a Emenda nº
02. A Emenda nº 02 dizia, com toda clareza, que não serão organizados em
carreira os Cargos em Comissão. A Emenda nº 02 dizia isso e, portanto, resolvia
um sério problema. E se esperava que a Emenda nº 02 fosse aprovada, mas ela
teve 19 votos contrários, 08 votos favoráveis - este Vereador e sua Bancada
votaram favoravelmente. O autor do Projeto absteve-se de votar,
conseqüentemente, votou “Não”, porque, quando se precisa 24 votos e se abstém,
está faltando pelo menos 01. Então, não há o que aprovar, neste momento, porque
a Casa não tem como aprovar um Projeto de Lei que está equivocado. Não tem como
fazer, não estou dizendo nada contra o nepotismo; estou dizendo contra a
redação do Projeto de Lei, que diz que serão organizados em carreira os Cargos
em Comissão. Isso é impossível, é inconstitucional, não pode acontecer.
Eu tenho a tranqüilidade de fazer o que eu estou
fazendo agora, porque eu ingressei na Justiça contra uma alteração de Redação
Final, feita na Comissão de Justiça, sem o conhecimento do Plenário, e que
terminou criando um Vice-Prefeito para Porto Alegre, um substituto do Prefeito
que não foi eleito, por uma alteração. Então, se levou tanto tempo, se a mídia
tratou com tanto prazer o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, ele que faça um bom
projeto, que ele vai ter os votos necessários para aprovar. Agora, eu não posso
deixar de dizer à Casa que é um absurdo a Casa aprovar o que está aqui,
mal-redigido. E eu não tenho culpa, já foi aprovado assim, não há como fazer um
Destaque, não há como modificar. Ele não pode aprovar em carreira os Cargos em
Comissão.
Portanto, a minha Bancada vota contrariamente,
exatamente pelo erro crasso cometido pelo autor, que, na sua própria Emenda, se
absteve de votar. E a Emenda dele sanaria o problema grave. Não se viu na hora,
mas, depois, com calma, foi visto. Eu acho que, no momento em que se constata
um erro crasso, nós não podemos votar, não temos o direito de votar tal
Projeto, nós temos o dever de rejeitá-lo. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para
encaminhar a votação do PELO n° 007/05.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, muitas vezes nós
temos visto na tribuna desta Casa, em veículos de comunicação social, diversos
Parlamentares manifestarem-se sobre as necessidades das mudanças reais,
efetivas, na política brasileira. Algumas vezes, nós ouvimos Parlamentares,
alguns intelectuais da própria opinião pública manifestarem-se sobre a
necessidade de mudanças mais profundas. Nós, por exemplo, do PCdoB, defendemos
a Reforma Política avançada, que defenda a fidelidade partidária, o financiamento
público de campanha, mas, às vezes, eu tenho a impressão de que muitos setores
e muitos segmentos da sociedade defendem isso mais tencionados pela opinião
pública do que por convicção, por consciência, por ter clareza da necessidade
de que alterações profundas sejam feitas no sistema político, nas estruturas
políticas do nosso País.
Eu respeito muito a opinião do Ver. João Antonio
Dib, primeiro, porque ele a apresenta, e nada como ouvir a opinião de uma
pessoa sobre determinado tema; muitos não têm ousadia de apresentar as suas
opiniões; em segundo lugar, porque a opinião é técnica, não está defendendo o
emprego de parentes no Poder Público. Entretanto, é a primeira votação em dois
turnos de que participo nesta Casa, e, sinceramente, não consigo compreender,
Ver. Aldacir Oliboni, por que as pessoas mudam, por que os Parlamentares mudam
de opinião de uma votação para outra numa pequena parcela, num pequeno período
de tempo. Não consigo compreender se é porque, naquela situação, diversos
jornalistas estavam acompanhando a votação aqui na Casa; não consigo entender
se é porque acreditam na necessidade de defender o emprego de parentes. Acho
que temos bons exemplos, algumas boas exceções, inclusive, que depois se
consolidam, a partir do concurso público, em outras áreas da vida política do
nosso País.
Agora, eu acho que temos que ter coerência
naquilo que defendemos. Todos que vieram aqui questionar a situação política do
nosso País, todos que vieram a esta tribuna durante o ano passado inteiro e
neste ano para questionar a estrutura política do nosso País, todos aqueles que
questionaram, que falaram em escândalos de corrupção, todos aqueles que
questionam o chamado “valerioduto”, Ver. Oliboni, todos aqueles que questionam
se um governo é bom ou ruim, se a estrutura política que dá legitimidade a ele,
ou seja, a Câmara Federal, é boa ou ruim, devem ser, na minha opinião, contra o
nepotismo!
Essa é uma demonstração real. Nós não estamos
falando aqui das alterações “enfeite” que foram regulamentadas ontem à noite
pelo TSE, como o fim de outdoors, o
fim de camisetas, o fim de muros pintados. Nós estamos falando hoje aqui de uma
alteração profunda na estrutura desta Cidade, da política desta Cidade. Nós
estamos tendo a oportunidade, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, de ver, na
prática, se nós falamos por falar - vulgarmente há uma expressão que significa
botar para fora aquilo que não está comendo -, se nós estamos defendendo
cotidianamente o que acreditamos, ou se agora, no 2º turno da votação a
respeito do nepotismo, vamos, por alguns motivos adversos, porque as opiniões
não estão apresentadas, deixar de ir contra essa prática que, sim, expõe o
Serviço Público; que, sim, não colabora para a construção de uma cidade mais
eficiente, de espaços políticos mais transparentes, de Parlamentares com
atuação política mais transparente perante a sociedade porto-alegrense e a do
nosso Estado.
Eu acho que isso é um divisor de águas. Eu acho
que esse 2º turno das votações sobre o nepotismo vai demonstrar claramente de
que lado estamos, e se aquilo que falamos, que denunciamos, que acusamos, que
dizem os outros, é, de fato, aquilo que acreditamos que queremos mudar, ou se
estamos apenas usando isso como elemento de decoração no discurso, na retórica,
na prática do Parlamento.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. ADELI
SELL: Meu
caro Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos, colegas Vereadores, colegas
Vereadoras, o povo de Porto Alegre espera muito desta Câmara de Porto Alegre.
Eu sei que a população de São Leopoldo aplaudiu a corajosa decisão de aprovar o
Projeto do Ver. Carlos Fleck, que
coloca fim ao nepotismo naquela Cidade. Até o Prefeito, que é do meu Partido,
havia sido duramente criticado por estar empregando sei lá que parente de quem
em algum dos órgãos públicos. Pois agora a Câmara Municipal, com o aval do povo
de São Leopoldo, dá o exemplo de vanguarda no Rio Grande do Sul, quando a
vanguarda no Rio Grande do Sul sempre foi esta Capital! Afinal de contas, foi a
Câmara Municipal de Porto Alegre que decidiu, antes da Lei Áurea, libertar os
seus escravos! Ou nós continuaremos escravos de uma política tradicional,
mesquinha, em que parentes são empregados, coisa que já há muito tempo, em
lugares civilizados, com controle público, já é coisa do passado! Não há
justificativa!
Nós inclusive achamos e acreditamos que devemos
questionar a enxurrada permanente de cargos em Prefeituras, Governos de Estado,
e em nível nacional; e falamos, inclusive, em nível nacional, do número de
cargos de confiança, porque nós somos daqueles que não esqueceram a Revolução
Francesa! De lá para cá, a França tem um serviço público estável. Nós temos
tantas pessoas que poderão ser assessores, que poderão prestar concurso público
e que poderão, portanto, entrar como qualquer outro cidadão no serviço
público...! Dessa maneira nós queremos aqui registrar, de forma veemente, a
necessidade histórica, o compromisso ético e moral com esta Cidade! Nós temos
um compromisso com a tradição de Porto Alegre, que sempre esteve na linha de
frente das proposições mais abertas, mais democráticas deste Estado e deste
País! Foi sempre assim! Amanhã, nas páginas dos jornais, se nós não votarmos o
fim do nepotismo aqui e agora, estaremos com uma mancha, com uma nódoa, e Porto
Alegre ficará na história como a Capital que está dando passos para trás! É
incrível, mas é isso o que está acontecendo na Capital dos gaúchos! É por isso
que nós levantamos a voz! É por isso que nós somos veementes! É por isso que
nós lutamos! Não se trata de uma postura político-partidária, porque o nosso
Partido não é o único que está nessa posição de propor o fim do nepotismo em
Porto Alegre.
O nosso Partido é um dos Partidos; há outros que
deixaram claras, aqui, suas posições. E gostaríamos que hoje houvesse aqui um
debate, porque aqueles que são contra deveriam vir aqui e dizer por que são
contra. Mas, amanhã, o debate continuará não apenas nas páginas dos jornais,
porque, se não passar essa proposição, uma nódoa ficará, mas nós vamos lavar
essa nódoa no dia-a-dia, no quotidiano, cara a cara com o eleitorado, com o
povo de Porto Alegre, a quem nós vamos dar explicações! Nós vamos ter que dar
explicações, agora e no futuro! E eu espero que nós não precisemos fazer isso,
que a explicação seja dada com o nosso voto liberto, altaneiro, pelo fim do
nepotismo em Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu confesso que não
estava escalado para encaminhar esta matéria, mas na medida em que ouvi o
discurso quero-quero do Ver. Adeli Sell, eu tenho que vir a esta tribuna,
porque, Presidente Braz, o que justifica a caminhada não são os discursos, são
as práticas políticas. O PT, na oposição, faz esse discurso que agrada aos
ouvidos e às ruas, mas o PT no Governo tem uma outra prática política. Eu quero
dizer, meus caros Vereadores, que estou Vereador desde o ano de 2001, e, desde
já, está franqueado o arquivo do
Departamento de Recursos Humanos aqui da Câmara, porque há muitos que podem
ser, hoje, favoráveis ao nepotismo e que até já empregaram parentes. Eu nunca
empreguei e não pretendo empregá-los. Então, portanto, estou muito tranqüilo em
relação a isso. Agora, eu não vou entrar na “canoa” do falso moralismo! Acho
que esta é uma das tantas questões que precisam ser enfrentadas! A quantidade
de CCs precisa ser enfrentada! Aliás, é uma vergonha, neste Governo da
República, o que há de CCs! Tiveram de criar um vôo direto aqui de Porto
Alegre, depois que o PT ganhou a eleição, para levar a “cecezada” para
Brasília! Tiveram de criar um vôo direto! Eu não esqueço aqui o que havia no
Governo do Olívio - a parentada, o “cunhadismo” de Secretários, de
Deputados...! E aí vêm aqui os Vereadores do PT, achando que o povo tem memória
curta! Que, agora, é a salvação da pátria. Mas eu volto a dizer: eu venho de
longe; eu venho de longe...! Pois, olhem aqui, o João Verle botou este Projeto
que, hoje, está amarelado - podem pegar o Projeto, aí -, está carunchado!
Botaram o Projeto aqui e fizeram moeda de troca aqui neste Plenário! O senhor
Líder da Bancada do PT, Marcelo Danéris, o desarquivou duas vezes! O Guilherme
Barbosa também fez isso duas vezes! Estiveram por 16 anos no poder e acharam
que não era importante aprovar este Projeto! Pois eu quero dizer que eu queria
ter votado este Projeto, lá, como vou votá-lo aqui, agora! Mas eu não vou
aceitar esse discurso de que, de um lado, está o PT moralista, e, do outro
lado, todos os outros são os indecentes da Casa! Não, até porque - já disse
antes, e volto a repetir - não empreguei, não pretendo empregar, mas eu não vou
entrar nesse mérito do mandato, porque há coisas gravíssimas que acontecem em
mandatos, muito mais do que empregar parentes.
Então, Ver. Adeli
Sell, vamos enfrentar isso: quem botou 37 mil CCs para dentro do Governo da
República foi o Governo do PT! Quem empregou os que perderam a eleição no
Governo da República não foi outro Partido, não; foi o Partido dos
Trabalhadores, que discursa para os pequenos e governa para os grandes!
Então, quem empregava
a cunhada aqui, quando era Prefeito da Cidade, e que, aliás, fugiu da Cidade e
depois levou “uma tunda” na eleição para o Governo do Estado foi o Sr. Tarso
“FHC”! Ele empregava lá e dizia: “Não, eu emprego,
porque é eficiente”!
Então, não venham com
esse discurso aqui, agora. Vou votar sim, e aí? Perdoe-me, Ver. Dib, V. Exª é experimentado, V. Exª é excepcional, V. Exª é
extraordinário, mas eu já vi mudarem redações finais aqui de Orçamento, de Lei
de Diretrizes Orçamentárias e de várias outras coisas! Então, eu não vou usar
desse instrumento para não votar; vou votar favorável, na certeza de que a Casa
possa corrigir, porque esta Casa tem jurisprudência por ter feito, em outros
momentos, modificações em redação final. Se a causa é boa, haveremos de
encontrar uma fórmula para acertar.
Vou votar favorável,
sim, mas quero gizar, quero sublinhar que o PT não tem autoridade para falar em
ética na política depois de tudo que tem acontecido neste Brasil. “Vamos
devagar com o andor, que o santo é de barro”! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para
encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho encaminhar em nome da Bancada do
PPS, pois temos uma posição unânime sobre essa matéria. Não gostaria de ver
essa matéria sendo tratada, aqui, como uma questão partidária, ela não é uma
questão partidária, muito menos uma questão de oposição ou situação, e lamento
que alguns queiram dar essa conotação. Eu prefiro que essa seja uma questão do
Parlamento; nós estamos discutindo a nossa imagem, as nossas relações, os
nossos padrões éticos.
O País inteiro
discutiu o nepotismo, nós sabemos que, se aqui não há, se não ocorrem os
exageros e os absurdos que se viram fora daqui, por outro lado, isso não
absolve esta Casa de não enfrentar esse tema e tomar as suas decisões. A
sociedade civil está olhando para todas as instâncias de poderes e está olhando
para esta Câmara de Vereadores também. Embora todas as medidas como essa, proposta
neste Projeto de Lei, possam acarretar como conseqüência algumas injustiças de
caráter pessoal, individual, a pessoas que, tendo parentesco, temos que lembrar
que eles são, antes de tudo, profissionais, assessores legítimos, embora
acarretem isso. Eu já justifiquei aqui, na outra vez, no 1º turno, que esse
fato só não vai absolver a nossa Câmara se nós não tivermos a coragem de
assumir a postura de aprovar este Projeto e dizer: a Câmara de Porto Alegre,
sim, também tomou as medidas para que o nepotismo não seja um costume que se
eternize e se privilegie nesta Câmara. Logo em Porto Alegre, que nos orgulhamos
tanto da sua densidade política, da sua consciência política.
Não é assunto
político-partidário, não é assunto de Governo e oposição, é assunto nosso,
coletivo desta Casa. Essa é a maneira como nós enxergamos e vemos isso desde o
início.
Na semana passada,
nós tivemos aqui uma Sessão na qual conferimos o Título Honorífico de Cidadão
de Porto Alegre a um político de suma integridade, o ex-Deputado Bernardo de
Souza, ex-Prefeito Bernardo de Souza, que abandona a vida política, pública, em
função de doença grave de que foi acometido. Foi uma Sessão bonita vista aqui.
Ele que tinha tido aprovado por unanimidade o seu Projeto de Lei, teve as
manifestações verbais coerentes de praticamente todas as Bancadas daqui.
Aquelas coisas que vale a pena a gente pensar, que é político, sim; vale a pena
o tempo perdido, o sacrifício da vida privada que cada um de nós temos em
função da vida pública e política.
E entre o currículo
de obras, de gestos e de feitos políticos do Bernardo de Souza estava
orgulhosamente a Lei que aprovou também o controle do nepotismo em nível de
Estado, na Assembléia Legislativa do Estado. Eu lá estava, votei, era
companheiro de Legislatura, e coerente com aquela postura, nós que tanto
elogiamos, aderimos, e pedimos que o Projeto apresentado aqui, que praticamente
tem o mesmo perfil do Projeto aprovado na Assembléia Legislativa, e que não é
nenhum exagero, não é nenhuma perseguição, embora se diga que se lamentam
algumas conseqüências, mas é uma satisfação que nós precisamos dar, primeiro, a
nós mesmos, e, depois, à sociedade. Não temos direito de não aprovar.
Há equívoco no
Projeto? Parece que há, o que foi muito bem apanhado pelo Ver. Dib, sempre
vigilante. Mas uma vez confessado pelo autor e por todas as Bancadas, de forma
unânime, eu não vejo por que não podemos corrigi-lo numa Emenda de Redação
Final. Podemos, sim, Ver. Dib, não precisamos voltar atrás e fazer outro
Projeto.
Se queremos aprovar
no mérito, vamos aprovar no mérito e vamos nos comprometer a fazer a correção.
O que esta Casa não pode é ficar sendo vista no Brasil como a Câmara de
Vereadores de Capital que rejeitou a Lei de controle do nepotismo.
Por isso, eu não quero saber se o autor é do PT,
não é do PT, é da oposição, da situação, acho que ele foi feliz em apresentar o
seu Projeto. Desde o início, dissemos ao Ver. Aldacir Oliboni, autor do
Projeto, que a Bancada do PPS tinha posição sobre esse tema e por isso eu peço
a V. Exas que reflitam antes desse voto, porque nós precisamos
valorizar não só os nossos mandatos, mas a imagem desta Casa.
Vamos aprovar o Projeto tal como está formulado
e corrigirmos, em Emenda, o seu defeito, que até é grave, mas que é possível
ser corrigido. Muito obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Srs. Vereadores, vamos
botar a Câmara de Porto Alegre no respeito, na imagem que ela sempre teve com o
cidadão porto-alegrense e brasileiro. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete
Moraes, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. João Dib, com satisfação vejo essa corrente
moralista que tomou conta da nossa Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
desfilando, aqui, nos seus discursos, e dizendo que agora nós vamos corrigir os
problemas da Nação e os problemas de Porto Alegre votando este Projeto. Agora,
eu pergunto para esses moralistas: por que votaram contra o Substitutivo que
proibia o nepotismo cruzado? Por que não quiseram cortar todo tipo de nepotismo
aqui no nosso Município? Por que quiseram fazer com que parentes de um pudessem
trabalhar em outros locais, trocando gentilezas? É por isso? Mas isso é ético?
Isso é moral? É isso que chamam de moral, de ético? Eu acho, Ver. João Dib, que
as pessoas que agem dessa forma estão cometendo, pelo menos, um equívoco, estão
fazendo um autojulgamento, porque cada um está se julgando ético, o que não é
correto. Se querem, realmente, Ver. Haroldo de Souza, terminar com o nepotismo
- e eu quis, porque apresentei o Substitutivo que era capaz de exterminar o
nepotismo aqui, no nosso Município -, teriam que ter votado o Substitutivo,
porque ele acabava com todo tipo de nepotismo, o cruzado também!
Agora, eu sei, por exemplo, que há Deputada
Federal que coloca aqui suas parentes. Eu sei que há Vereadores que colocam lá
os seus parentes. Eu sei que há gabinetes que trocam. Eu sei que há gente que
coloca parentes nas diversas Secretarias.
Como não está se corrigindo o nepotismo cruzado,
como a gente não está exterminando realmente o nepotismo, fica, então, essa
conversa de que este Projeto é o que vai realmente acabar com o nepotismo. Não
termina! Vou afirmar aqui de novo: este Projeto, se aprovado hoje, aqui, não
terminará com o nepotismo em Porto Alegre. É mentira que ele vai terminar com o
nepotismo. É uma falsidade!
E digo mais, Ver. João Dib - foi, inclusive, um
dos argumentos que eu utilizei para votar contrário no 1º turno -, nós,
Vereadores de Porto Alegre, que fazemos legislação para Porto Alegre, não
podemos nos permitir aprovar um texto que diz que os Cargos de Confiança são
organizados em carreira.
E aí vem o Ver. Paulo Odone, uma pessoa com
bastante conhecimento no campo jurídico, e o Ver. Sebastião Melo também, e
dizem que nós vamos poder corrigir isso na Redação Final! Ora, então nós não
precisamos mais fazer Projetos aqui! Vamos deixar que a Redação Final faça
tudo, porque a Redação Final é votada na Comissão de Constituição e Justiça.
Vamos deixar que eles façam tudo lá! Porque se eles podem corrigir um erro
crasso como esse de dizer que os Cargos em Comissão são organizados em
carreira, então eu acho que esta Casa, realmente, perdeu a sua validade. Nós
não temos mais por que fazer legislação, porque não vale nada! A Comissão de
Constituição e Justiça pode modificar tudo o que quer!
Eu vou afirmar, aqui, que esta Casa não tem
jurisprudência, não tem o passado de fazer essas alterações, essas modificações
na Comissão de Constituição e Justiça. Não aconteceu isso no passado nesta
Casa; não aconteceu. As redações que foram consertadas, foram erros de redação
realmente. O Ver. Oliboni, autor do Projeto, foi avisado várias vezes por este
Vereador de que ele estava errando em sua redação, que a sua redação estava
equivocada. Várias vezes eu chamei a atenção dele, Ver. Elói Guimarães, e o
Ver. Oliboni, além de não corrigir, ainda votou contra uma Emenda que estava
aqui no plenário e que corrigiria esse erro. E hoje, aqui, em 2º turno,
simplesmente os Vereadores vão votar um texto que está completamente errado, só
porque o texto vem do Vereador do PT. E aí todo mundo fica com medo e diz: ah,
vamos corrigir! Mas então não se auto-intitulem de éticos e morais, porque se
V. Exas. fossem realmente éticos e morais, teriam votado o Substitutivo e
teriam terminado de vez com o nepotismo aqui no Município de Porto Alegre. V.
Exas. são parcialmente éticos, porque V. Exas rejeitaram o Substitutivo;
V. Exas. quiseram que o nepotismo continuasse a grassar aqui em Porto Alegre.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Para concluir,
Ver. Luiz Braz, por favor.
O SR. LUIZ BRAZ: E por isso
mesmo, na minha Bancada, respeito o meu colega, o meu companheiro Ver. Claudio
Sebenelo, que já no 1º turno não acompanhou este Vereador no voto que deu,
contrário ao texto equivocado que foi colocado em votação aqui neste plenário.
A nossa Bancada está dividida com relação à votação deste 2º turno, mas eu me
comprometo, Ver. João Dib, como Vereador, a assinar qualquer texto, se
rejeitado este texto hoje, para nós terminarmos de vez com o nepotismo aqui no
Município de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para encaminhar a votação do PELO nº 007/05.
(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nesta tarde, telespectadores da TVCâmara, este é um momento muito,
muito difícil de se entender. Por quê? Porque o Vereador tem que legislar, e
legislar à luz da legislação vigente. Então, nós temos que ter clareza nisso.
Eu não admito que venha alguém aqui dizer que nós estamos nos omitindo. Nós não
podemos votar pelo que diz a imprensa, ou a população, ou pelo que se diz aí
fora. Nós temos que votar dentro dos parâmetros legais.
Ver. Oliboni, nós votamos com o seu Projeto em
1º turno, mas crentes que teríamos aprovada a Emenda nº 02, que diz: “os Cargos
em Comissão não serão organizados em carreira”. Surpreendentemente, V. Exª se
absteve, mas a sua Bancada derrubou essa Emenda, e, derrubando-a, torna o quê?
Torna inconstitucional o seu Projeto.
Então, veja bem, como é que se faz a imagem
desta Casa? Comparecendo aqui diariamente, como nós que chegamos aqui às 14h e
ficamos; comparecendo à Comissão Parlamentar de Inquérito, quer dizer, sem ter
ausência, a ponto de sermos excluídos. A imagem se faz com trabalho nas
Comissões, com as visitas, com a fiscalização, e, principalmente, mantendo a
legalidade dos atos. Nós não podemos votar um Projeto que está inconstitucional
no momento em que diz que os CCs se organizarão em carreira. Isso está errado.
E quando lembramos aqui que na Assembléia
Legislativa deste Estado foi aprovado, pelo Deputado Bernardo de Souza, com
todo o respeito que ele merece, com todo o respeito pelo seu trabalho e pela
sua história, quando Prefeito eleito, há dois anos, ele se viu “numa saia-justa”,
porque botou a mulher, e aí disse: “ela não vai perceber salário”. Só que
ninguém pode estar investido num cargo de agente público sem perceber salário;
e aí diz que a mulher vai doar o salário. Ou se diz que não pode, e se não pode
não usa, mesmo que ela tenha capacidade, que ela tenha formação, ou nós vamos
estar fazendo o quê? Brincando com a opinião pública e enganando o eleitor.
Nós estamos aqui para manter a imagem desta
Casa, com seriedade, e à luz da legislação. É inconstitucional dizer que os Cargos
em Comissão serão organizados em carreira. Por isso, pela maioria da nossa
Bancada, nós votamos contra, Ver. Oliboni. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
PELO nº 007/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 23
votos SIM, 04 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Com direito
regimental, eu solicito a renovação da votação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vereador, eu
não sei se quando o Projeto é votado em 2º turno, se pode ou não ter renovação
de votação. Mas, em todo caso, V. Exª, na próxima Sessão, deve consultar a
Diretoria Legislativa, a Procuradoria, e a Mesa da Casa, e submeter o seu
Requerimento. Este não é o momento.
O SR. MARIO FRAGA: No mesmo
sentido, acho que o Ver. Oliboni pode pedir direto para a Comissão de
Constituição e Justiça para averiguar o fato. Não gostaria de escutar mais
ninguém, a não ser a Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
eu quero fazer uma declaração de voto. Declaração de voto firmada por mim e
pelo Ver. Haroldo de Souza, que, no momento, não conseguiu votar (Lê.): “Em
primeira votação votamos favoravelmente ao Projeto, esperando que fosse
aprovada a Emenda de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, proponente do Projeto, e
que daria legalidade e constitucionalidade ao mesmo. Tendo o autor e toda a sua
Bancada votado contra a Emenda nº 02, o Projeto tornou-se inviável, para
tristeza nossa. Saúde e PAZ!”
O SR. HAROLDO DE SOUZA: O que queria
dizer, Sr. Presidente, é que eu não votei, porque havia ido ao banheiro, agora
estou voltando e estou votando, e o meu voto é “Não”, aquele “verdinho”, para
dar os 24. Porque está se mencionando que eu estava aqui e não votei. Então,
estou votando, e o meu voto é “Não”.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): É claro que não
podemos colher o voto agora, já que nós estamos fora do momento.
Ver. Oliboni, por favor.
O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Sr. Presidente,
com base no art. 196, nós estamos solicitando a renovação da votação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Vereador, eu
vou reafirmar a V. Exª: não é o momento do pedido de renovação. Não entregue o
Requerimento agora, porque V. Exª estaria, de forma extemporânea, colocando
aqui o seu Requerimento. De acordo com o nosso Regimento, dos processos
normais, sempre é na Sessão seguinte que V. Exª pode colocar o seu Requerimento
de renovação.
Pois não, Verª Manuela.
A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Gostaria apenas
de recordar, Ver. Luiz Braz, que inclusive V. Exª, em um projeto de sua autoria,
relacionado aos túneis verdes, fez o pedido na mesma Sessão para ser votado no
outro dia.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Verª Manuela,
nós podemos anunciar que vamos pedir, agora, o pedido, o Requerimento, só pode
dar entrada na Sessão seguinte, Vereadora. É do Regimento.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Tudo bem, só
para confirmar, nós temos a informação que pode. Portanto é importante que a
Mesa diga esse direito que tem o Vereador de que, quando em um projeto há
diferença de até três votos, ele tem o direito de pedir renovação de votação.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Oliboni,
eu peço que V. Exª coloque o seu Requerimento na próxima Sessão, porque é lá o
local correto de V. Exª requerer.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N. 2665/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 125/05, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre as questões relacionadas à liberdade
religiosa, fixando segunda opção de data para exames e atividades curriculares
em estabelecimentos de ensino público, no Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Sofia Cavedon: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 12-09-05.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 125/05.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito a V. Exª - e já estou fazendo por escrito - o adiamento da discussão
por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento da Verª Clênia Maranhão, solicitando o adiamento da discussão do
PLL nº 125/05 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
Haroldo de Souza.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 0934/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 006/06, que dispõe sobre a desafetação de área
localizada na Rua Jari – Região 02: Noroeste, pertencente ao Município, com
destinação para escola para fins de habitação popular. Com Emenda n. 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda n. 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, VIII, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 17-05-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLE nº 006/06. (Pausa.) Não há quem queria discutir. Em votação nominal, por
solicitação desta Presidência, o PLE nº 006/06. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 23 votos SIM.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 006/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA. (Acrescida a votação,
conforme determinação da Diretora Legislativa)
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N. 5126/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 244/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a
função simbólica de Patrono da Semana Farroupilha, que receberá o título de
Grande Patrão, Chefe Honorário do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de
Setembro. Com Emendas nos. 01 a 03.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação da matéria;
- da CECE. Relator
Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia em 01-03-06;
-
adiada a discussão por uma sessão, em 17-05-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 244/05. (Pausa.)
A Mesa apregoa a Emenda nº 4, de autoria da Verª
Sofia Cavedon, ao PLL nº 244/05. (Lê.): “Institui a função simbólica de Patrono
da Semana Farroupilha, que receberá o Título de Grande Patrão, Chefe Honorário
do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de setembro. 1 - Inclui nos art. 1º,
2º e 4º a expressão “ou Patroa” após a expressão Patrono nesta lei. 2 - Inclui
parágrafo único no art. 1º no que segue: Art. 1º:.. Parágrafo único: A escolha
do Patrono ou Patroa deverá ser alternada anualmente, respeitando os dois
gêneros. 3 - Substitui a expressão “O Grande Patrão” por “O Patrono ou Patroa”.
Apregoamos o Requerimento, de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo, que solicita a retirada de tramitação da Emenda nº 02 ao PLL
nº 244/05.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir o PLL nº 244/05.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a nossa terra tem
grandes características, mesmo algumas feudais, mesmo as mais antigas, as mais
tradicionalistas, que são cultuadas muito mais como um dado histórico do que
como um modo de produção. E aproveitando essa forma de trabalhar, essa forma de
produzir, antiga, feudal, havia a figura dos patrões.
Hoje os CTGs denominam os seus presidentes de
clubes, por exemplo, de patrão e de patroa, aqueles que são responsáveis pelas
atitudes culturais, pelas atitudes sociais e pelas
atitudes de congraçamento e integração que hoje os CTGs fazem no Brasil inteiro
e no mundo. Hoje temos CTG em Tóquio, CTG no Canadá, temos CTG até lá na
Finlândia nos esquimós. Por isso, meu caro amigo Dr. Guaraci Conceição, nós
estamos apresentando uma Emenda ao Projeto, uma beleza de Projeto, em que cada
ano a festa do 20 de setembro terá um patrão que ficará encarregado, não só de
presidir o desfile, mas todo o acampamento.
Nós convidamos
através de uma Emenda, o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, os piquetes,
através de sua organização maior, o chamado Movimento Tradicionalista Gaúcho,
que tem sob seu manto protetor todos os CTGs. Os quatro nomearão uma Comissão
para que seja escolhido o patrão de cada ano, que será o responsável pela
fluência, pela administração do desfile e do acampamento.
O Sr. Cassiá Carpes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo
aparte. Eu só faço uma pergunta. Pelo que sei, o desfile farroupilha é
responsabilidade do Estado e não do Município, portanto eu queria saber se este
Projeto tem validade na jurisdição do Estado. Até porque o desfile farroupilha
não é comandado pelo Município, e sim pela Secretaria de Turismo do Estado.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Mas o acampamento
farroupilha, mesmo sendo do Estado, o chão é em Porto Alegre. Inclusive, está
dito aqui que é possível, que não há nenhuma incompatibilidade, nenhuma questão
de leis, que o Projeto tem condição de tramitação, inclusive pela Procuradoria
da Casa. Está na Comissão de Educação, Cultura e Esportes com Parecer
favorável; todos os Pareceres foram favoráveis. Por isso, eu acho que este é um
momento excelente, não só para a aprovação deste Projeto, como para uma nova
figura que ocupará o Título certamente nos 20 dias em que se comemora a
Revolução Farroupilha, e que, hoje, Ver. Raul, é uma comemoração que supera, em
nossa Cidade, as comemorações inclusive do Dia da Pátria. Não que o Dia da
Pátria não seja importante, mas a questão do gaúcho, a questão do chão, da
raiz, da nossa gente, dos nossos costumes, da nossa forma de vida, ela é tão
importante que ganhou as ruas. E, hoje, a importância desse movimento faz com
que nós tenhamos uma nova figura e uma nova atração nesses festejos que nada
mais são do que a reminiscência de uma época fantástica que viveu o Rio Grande
do Sul. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 244/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente,
Ver. Luiz Braz, caros colegas Vereadores e Vereadoras, primeiro, Sr.
Presidente, gostaria de pedir à Mesa uma providência: a última Emenda que foi
apregoada não foi distribuída. Por obséquio, poderia encaminhar a cópia?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Imediatamente,
Ver. Comassetto. Solicitamos que seja distribuída a Emenda nº 04 ao PLL nº
244/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado.
O Projeto de Lei, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, vem para
fortificar, qualificar o tema da cultura do gaúcho e da Semana Farroupilha.
Portanto, começo aqui, fazendo a primeira afirmação e tirando uma dúvida
trazida pelo Ver. Cassiá. Sem dúvida nenhuma, o tema do gaúcho é de todo o
Estado do Rio Grande do Sul. Assim como acontece aqui um desfile de caráter
estadual, em muitas outras cidades do interior também acontecem desfiles;
porém, toda a programação da Semana Farroupilha que é desenvolvida aqui no
Parque da Harmonia é de responsabilidade do Município, tem recursos da
Secretaria Municipal da Cultura, tem a gestão da Secretaria Municipal da
Cultura, portanto, está no âmbito da discussão municipal, nossa aqui. Então,
essa é a primeira afirmação.
A segunda é que o Vereador propõe criar, então,
o Título de Patrono, que receberá o Título de Grande Patrão da Semana
Farroupilha, e que será o Chefe Honorário do Acampamento. Inclusive, no ano
passado, já existiu a figura, lá, chamada de Prefeito do Acampamento, ou seja,
quem coordena aquele trabalho, aquelas relações.
Nós entendemos que o Projeto do Ver. Bernardino
vem a qualificar, e apresentamos, aqui, duas Emendas, que são Emendas, Vereador
Bernardino, sobre as quais dialogamos com V. Exª, que vêm ajustar, primeiro:
quem é que escolhe essa figura representativa? A proposição é que seja escolhida
pelo Conselho que já existe, um Conselho instituído pela Lei nº
7.855, de 25 de setembro de 1996, que foi alterada depois pela Lei nº
8.984, de setembro de 2002, que institui uma comissão especial integrada pela
Secretaria Municipal da Cultura, pelo Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore,
pelo Movimento da Tradição Gaúcha, pela Câmara Municipal de Porto Alegre, pela
Brigada, pelo MTG e pela Associação dos Piquetes do Parque Estância da Harmonia
do Estado do Rio Grande do Sul.
E a segunda Emenda, sobre a qual eu creio que
nós precisamos aqui avançar, Ver. Bernardino, é no sentido de que o patrão
tanto pode ser um homem ou uma mulher, por isso que se cria a figura aqui
também, da patroa - que seja reconhecida a igualdade, sob o ponto de vista da
gestão do tema do gaúcho. E aqui, neste momento, eu faço uma referência: o CTG
Estância da Figueira, lá de Belém Velho, foi o CTG que teve a primeira patroa
eleita no Município de Porto Alegre, e que fez uma excelente gestão, Verª
Margarete Moraes, sob o ponto de vista das relações e de quebrar o paradigma,
que até então era muito forte na cultura do gaúcho, onde imperava a lógica do
machismo. O tema do gaúcho é um tema universal, que tem e pode ser tratado e
dirigido por homens e mulheres.
Portanto, a Emenda que apregoamos, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, assinada pela nossa Líder, Verª Margarete
Moraes, também pela Verª Maria Celeste, e pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos
Todeschini e Aldacir Oliboni, tem por objetivo oferecer à cidade de Porto Alegre
também uma homenagem à mulher gaúcha, na sua essência, da prenda gaúcha,
dirigindo os eventos culturais da nossa Cidade.
Portanto, somos favoráveis ao Projeto,
obviamente que com essas duas Emendas apresentadas: que o sistema de gestão
para a escolha dessa personalidade, homem ou mulher, seja feito de uma forma
democrática; e segundo, que essa gestão possa ser feita pelo Patrão ou pela
Patroa; ou seja, pelo gaúcho ou pela prenda dirigente das tradições do Rio
Grande. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PLL nº 244/05.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós também entendemos que as Emendas vieram em
boa hora, porque, quando elaboramos um Projeto, nem sempre conseguimos atingir
todos os objetivos que pretendemos.
Aproveitando para responder aos questionamentos
feitos a respeito da legitimidade deste Projeto, gostaria de afirmar que consultei
o Movimento Tradicionalista Gaúcho, e o Projeto foi bem aceito. O Presidente do
Movimento, Sr. Manoelito, confirmou que o Projeto atende, sim, a uma
expectativa dos Municípios e em especial do Município de Porto Alegre, e que
possivelmente tramita na Assembléia Legislativa um Projeto de Patrono em nível
estadual.
Eu só gostaria de dizer, com relação à Emenda
protocolada pela Verª Sofia Cavedon, que trata de “Patroa”, que nós entendemos, de repente, que seria Patrona - mas essa é uma questão técnica que nós
podemos consertar. Quero elogiar a Emenda de V. Exª e também dizer que a Emenda
do Ver. Claudio Sebenelo também atende à expectativa dos representantes dos
Piquetes, que estiveram aqui em outra oportunidade. Essa Emenda contempla o
MTG, a Associação dos Piquetes e o IGTF, e que por essa Emenda as entidades
apresentariam os nomes ao Executivo, que teria liberdade de escolher, então,
nessa lista tríplice, quem seria o Patrono ou a Patrona da Semana Farroupilha.
Então, nós vamos votar, Vereadora, com a sua Emenda, que estabelece a
oportunidade ao sexo feminino, porque enxergamos assim também. Mas, no que diz
respeito à outra Emenda, em que V. Exª pretende buscar que essa Comissão,
composta por várias entidades civis, nós achamos que se ficar só com as três
entidades que representam o movimento tradicionalista, as três, tanto o MTG,
indicando o seu representante, o IGTF, indicando o seu representante, e a
APERGS, indicando o seu representante, nós vamos contemplar o segmento
tradicionalista.
Então, nós vamos
votar com a Emenda do Ver. Claudio Sebenelo, neste momento, em detrimento da
sua Emenda, mas que também é louvável.
A Sra. Sofia Cavedon:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Bernardino, eu queria apenas dizer que a Emenda é assinada por mim, como
Líder da Bancada, em função de ser necessária essa forma, mas é uma Emenda der
toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores; inclusive hoje pela manhã fizemos
novamente uma discussão do seu Projeto. Queremos reforçar que devemos democratizar
essa escolha; lista tríplice já está superada. A idéia de que a sociedade
defina em conjunto com o Governo e chegue a um acordo me parece mais positiva.
Obrigada.
O Sr. Claudio
Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Está assinada por mim essa Emenda, até mesmo porque sou Líder de um Partido
chamado PSDB. Então, eu gostaria que constasse que é uma coisa mil vezes mais
democrática, exatamente essa postura que V. Exª ressaltou agora, vindo de baixo
para cima, escolhido em número maior, para deixar, assim, uma elasticidade
maior. Acho mil vezes mais democrática essa forma do que indicar um nome só.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Então, faço um
apelo aos Vereadores: para que nós possamos observar a Emenda do Ver. Claudio
Sebenelo, que retirou uma Emenda e protocolou outra; ele apenas fez uma
correção. A Emenda do Ver. Claudio Sebenelo estabelece que as três entidades -
a APERGS, o IGTF e o MTG - que representam o tradicionalismo gaúcho como um
todo, possam apresentar, cada entidade, o seu candidato; e o Executivo escolhe.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 244/05.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente,
nobres colegas Vereadores desta Casa, para esclarecimento quanto a este
Projeto, que é altamente meritório, do colega Bernardino Vendruscolo, eu vejo
duas observações necessárias e importantes para a avaliação deste Projeto:
quanto à escolha do Título do Grande Patrono, nós podemos ter, por exemplo, o
Patrono da Semana Farroupilha de Porto Alegre, aí eu concordo. Porque o Desfile
de 20 de Setembro é comandado pelo Governo do Estado, e poderá, também, ter um
patrono, e se quiser colocar “Patrono do Estado da Semana Farroupilha”.
Eu vejo uma confrontação. Inclusive, o MTG está pedindo esclarecimento, porque
o desfile é comandado pelo Governo do Estado.
Da Semana Farroupilha de Porto Alegre, nós podemos
escolher o Patrono, mas não do Acampamento e do Desfile de 20 de Setembro! O
Desfile de 20 de Setembro é comandado pelo Governo do Estado! Esta é a única
coisa que vejo de contraditório no Projeto.
Quanto à imagem do Grande Patrão sendo na Semana
Farroupilha de Porto Alegre, os meus aplausos e o meu apoio! Quanto à Emenda
que está correndo no Plenário, não existe a palavra “patroa”, apenas patrono, patroa não existe; patrão e patrono, ou simplesmente
patrão. Essa é a tradição gaúcha, das nossas culturas tradicionalistas. Então,
tem que ser tirada a palavra patroa, pois não existe no vocabulário
tradicionalista; patrono é a senhora na função de patrão do seu CTG, pode ser
chamada de patrono, essa é a tradição gaúcha, ou patrão; patroa não existe no
vocabulário tradicionalista.
Então, Sr.
Presidente, quero deixar essas duas considerações, porque é um Projeto que vem
a acrescentar, desde que seja no âmbito municipal, desde que seja escolhermos o
Grande Patrão da Semana Farroupilha de Porto Alegre, o cidadão Fulano de Tal -
aí terá toda a minha consideração e o meu apoio.
O Sr. Bernardino Vendruscolo:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Ismael, eu lhe agradeço, mas se V. Exª fizer uma leitura do Projeto, V.
Exª vai ver que se trata do Município de Porto Alegre, pois nós aqui legislamos
para o Município de Porto Alegre. Fazendo essas duas ressalvas, eu também quero
novamente fazer um registro da Emenda da Verª Sofia, ela já concordou, mas
também nós não podemos esquecer que não está no todo errado, porque a língua
portuguesa diz que patroa é o feminino de patrão. Há costumes, evidentemente,
mas, com todo o respeito, nós não podemos abandonar a nossa língua portuguesa.
Eu acho que dá para nós corrigirmos isso na lavratura do Projeto, aí, sim, acho
que cabe um conserto, uma arrumada, na Comissão de Constituição e Justiça.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Veja bem, meu nobre colega, o art. 3º: “O Grande
Patrão será o Chefe Honorário do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de
setembro”. Esse problema do desfile de 20 de setembro, que até hoje foi sempre
comandado pelo Governador do Estado. E o art. 4º diz que o Município vai
regulamentar a escolha do Patrono da Semana Farroupilha, quer dizer, o Patrono,
aqui nós temos uma outra incongruência, Ver. Elói Guimarães, o Patrono é a
figura feminina de um patrão de um CTG. Então, eu vejo que tem de ser patrão
e/ou patrono, porque são as nossas tradições, e eu acho que nós temos de
segui-las, porque foi assim que nossos filhos aprenderam nos CTGs a chamar
quando uma senhora é o patrão do CTG. São essas as considerações, e, estando da
maneira como está este Projeto de Lei, não terá o meu voto favorável. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ADELI SELL: Gostaria de lembrar a este Plenário, que votou e aprovou, e o
Prefeito sancionou há algum tempo, que existe uma Lei chamada de Linguagem
Inclusiva; sou o autor desta Lei. Todo o masculino tem o seu feminino
respectivo nos documentos oficiais. Então, para lembrar: senhor e senhora, e
assim por diante. Portanto, o masculino e o feminino sempre estarão presentes
na linguagem oficial do Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço a V.
Exª, Ver. Adeli Sell.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito o adiamento da discussão do PLL nº 244/05 por uma Sessão,
para que possamos fazer os consertos, para tentarmos, em conjunto, a adequação
das Emendas para que o Projeto saia com mais perfeição.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 244/05. Logo após o
Vereador usar a palavra, colocaremos em votação o Requerimento de V. Exª.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Luiz Braz,
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, vim exatamente à tribuna no
sentido de sugerir o que requer o autor Bernardino Vendruscolo: adiarmos por
uma Sessão para alguns consertos. Porque aqui há duas ordens de discussão: uma
ordem no terreno do vernáculo, da lingüística, do nosso português; e outra
discussão, que reputo importante, é exatamente, eu diria, em relação ao dialeto
gaudério, ao dialeto gaúcho. Porque ao que temos assistido nesses últimos
tempos é a um atropelo às tradições, gente que usa fatiota, com bota e bombacha
- essa diferença também temos que estabelecer - e por aí se vai, gente que,
inclusive, comanda CTGs, movimentos, Ver. João Antonio Dib, V. Exª que conhece
as tradições. Então, nós temos que fazer uns consertos muito grandes para que
não fique promíscuo, enfim, todo esse processo cultural importante que são as
tradições gaúchas.
Eu gostava muito do Lauro Rodrigues, que foi
Vereador desta Casa, poeta, declamador, que nunca botou uma bombacha - aliás,
em alguma oportunidade botou, vamos aqui recuperar. Mas o Lauro Rodrigues era
uma das maiores figuras da nossa tradição, um homem culto que conhecia toda
essa cultura nativista e tradicionalista. Então, eu acho que nós precisamos fazer
alguns consertos nessa matéria. Primeiro, porque patrão é função, vejam bem!
Patrão, no CTG, é aquele que tem uma função que cabe ao homem e à mulher.
Historicamente os homens têm exercido a função de patrão, mas nada impede que
as mulheres a exerçam. Então nós temos de ter cuidado nesse aspecto.
Outro cuidado é essa linguagem de patrono! Olha,
no dialeto gaudério, no dialeto tradicionalista, não existe isso. Não existe!
Existe patrão de honra. Agora, patrono é uma figura que vem dos salões, do
asfalto e da vida urbana. Essa história de patrono não vem de todo esse
processo cultural existente no Movimento Tradicionalista Gaúcho. Agora, o
patrão de honra, sim. Nós temos na literatura, na vivência do Movimento
Tradicionalista e nos galpões a figura do patrão e do patrão de honra, que é um
título honorífico que se dá àqueles que foram patrões, enfim, que atuaram no
Movimento Tradicionalista; então recebem esse título honorífico exatamente no
tradicionalismo.
Então, eu acho que é de boa medida, é prudente, tomarmos
a decisão numa próxima Sessão e procurarmos estabelecer os consertos para que
não se atropele exatamente todo esse conjunto de preceitos que, por assim
dizer, regram as atividades desenvolvidas pela cultura tradicionalista, pela
cultura nativista.
Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 0350/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 016/05, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que dispõe sobre a oficialização das feiras-modelo de
Porto Alegre relacionadas em anexo ao art. 1º. Com Substitutivo n. 01 (A.Oliboni e A.Sell). Com
Emenda n. 01 ao Projeto. Com Emenda n. 01 ao Substitutivo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela existência de óbice de natureza jurídica ao Projeto
e ao Substitutivo n. 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e pela rejeição do
Substitutivo n. 01.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 23-11-05;
-
discutiram a matéria, em 08-05-06, os Vereadores J.A.Dib, I.Pinheiro, A.Sell,
S.Melo e A.Oliboni;
-
adiada a discussão, por duas Sessões, em 08-05-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 016/05 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
eu havia dito que retiraria o meu Substitutivo. Então pergunto se faço um
requerimento ou, em já estando em discussão, tenho de votar contra?
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Adeli,
precisamos de um Requerimento para poder votá-lo, pois como já há um Parecer, e
um Parecer ao Substitutivo também, terá de ser votada a retirada.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 016/05 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
acompanha pelo Canal 16, senhoras e senhores, este Projeto tem um enorme cunho
social. Desde 1982 foram instituídas as feiras no Município de Porto Alegre,
fossem elas no Mercadão, fossem elas feiras-modelo. Nós temos, hoje, em torno
de cinco feiras no Mercadão; 30 feiras-modelo; seis feiras, que chamam de
feiras do povo, e mais dez feiras livres. A grande preocupação dos feirantes é
que, amanhã ou depois, possa haver uma decisão governamental
de extinguir as feiras da Cidade, e a população passa a ter o costume de
comprar os seus hortigranjeiros ali na esquina, ali numa feira próxima à sua
residência. Então o intuito é muito simples, é o de regulamentar essas feiras
que existem na cidade de Porto Alegre. Tanto o Giovani, das feiras-modelo, como
o Fonseca, estavam aqui há pouco, e estão lutando há muito tempo para que essas
feiras sejam regularizadas.
É nesse sentido,
então, que nós queremos pedir o apoio dos nobres Vereadores, e por isso tenho
aqui o acordo do Ver. Adeli para ser retirado o Substitutivo. Fica, então, o
Projeto original, de comum acordo com esta Casa, para que nós possamos
regularizar as feiras que já existem no Município de Porto Alegre, tendo,
então, a garantia de que o cidadão e a cidadã possam não só manter essas
feiras, como também, se houver iniciativa de uma associação de bairro - desde
que seja encaminhada para a SMIC, e a SMIC faça uma avaliação juntamente com a
associação de bairro - se possam constituir muitas e muitas outras feiras na
cidade de Porto Alegre.
É nesse sentido,
então, que nós pedimos a colaboração dos nobres Vereadores para a aprovação
deste Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Luiz Braz): O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir o PLL nº 016/05 e o Substitutivo nº 01.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, caros colegas Vereadores e Vereadoras, as feiras-modelo
de Porto Alegre são uma conquista da Municipalidade. Oficializá-las é,
portanto, uma obrigação nossa, porque firmará esse tipo de atividade, não
apenas onde ela já existe, mas onde elas possam existir.
Quero aqui, meu caro
Ver. Bosco, lembrar que na Intercap foi instalada uma feira-modelo há 14 dias.
Foi um sucesso absoluto, porque nós temos público, temos espaço adequado, não
atrapalha a vida de ninguém e podemos apresentar àqueles moradores os
hortifrutigranjeiros de boa qualidade, com preços adequados, que normalmente
são em torno de 20 a 25% mais baratos do que nos mercados - às vezes mais -, e
podemos controlar sua qualidade. E a Secretaria Municipal da Indústria e
Comércio tem por obrigação fazer esse controle.
Então, eu
venho aqui para apoiar esta Proposição, retirei, junto com o Ver. Oliboni, a
questão que ampliava para os mercadões, e nós deixamos a questão dos mercadões
e outras formas de venda desses produtos para um futuro, espero, imediato, para
a gente discutir com mais calma; e vamos hoje oficializar as feiras-modelo.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir o PLL nº 016/05 e o Substitutivo 01.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos desta Sessão, demais Vereadores e
Vereadoras, este Projeto tramitou na CUTHAB, quando ainda lá estávamos; nós o
examinamos com bastante acuidade, e o voto da CUTHAB, creio que por
unanimidade, foi no sentido de acolher e aprovar o Projeto original e contrário
ao Substitutivo nº 01, que agora, sendo retirado, fica resolvido o problema,
porque nós entendemos que é correto, por um lado, que as feiras livres de Porto
Alegre, que são já consolidadas, e o caso das feiras-modelo que foram, digamos,
uma iniciativa desenvolvida na busca de uma qualificação maior pelo Município,
deveriam ser consagradas em lei, uma idéia correta. Mas achamos que existiam e
existem outras iniciativas, como é o caso dos mercadões, que são anteriores
inclusive às feiras-modelo, que têm a sua experiência, a sua legitimidade
também, e que nós incorreríamos em erro em forçar que os mercadões se
transformassem em feiras-modelo, que têm um regramento, que são legítimas, e
tudo mais.
Então, cremos que dessa forma aprovaremos a
oficialização das feiras-modelo, mas preservaremos, na sua autonomia, na sua
identidade própria, também os mercadões, que, apesar de não estarem dentro dos
critérios próprios das feiras-modelo, eu quero atestar aqui, porque acompanho e
visito essas feiras da nossa Cidade, permanentemente, que têm um grande afluxo
de pessoas, têm uma oferta bastante qualificada, e também a um bom preço,
porque, senão a população, evidentemente, não acorreria ali.
Então, encaminhamos pela Bancada do PCdoB, no
meu nome, e em nome da Verª Manuela, favoravelmente ao Projeto original,
conforme as negociações apontadas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, para a retirada do Substitutivo nº
01 do PLL nº 016/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLL nº 016/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
inicialmente quero cumprimentar o Ver. Adeli, que retirou o Substitutivo, aliás
havia assumido esse compromisso no debate da semana passada, quando nós, Ver.
Carrion, fizemos um apelo ao Ver. Oliboni para não ser votado naquela ocasião e
ser deixado para um outro momento. Então quero cumprimentá-lo, porque acho que,
na política, esses atos devem ser gizados.
Acho que o Projeto do Ver. Oliboni está bem, ele
oficializa as feiras-modelo e ponto. Agora, querer transformar os mercadões em
feiras-modelo, com toda sinceridade, acho equivocado, e vou dizer o porquê.
Primeiro, porque esse mercadão do produtor vem dando certo. Até a presente
data, eu não ouvi ninguém, nem consumidor, muito menos os produtores fazerem
uma crítica a esse modelo muito bem gestado pelos produtores, e fiscalizado
pela SMIC. Mas não é só por isso, não. Vou pegar os nossos amigos do Canta
Galo, nossos amigos, às vezes, além do Canta Galo, lá na ponta da Restinga, ou,
enfim, lá da Colônia dos Japoneses, do Itapuã, ou de outras localidades, o que
acontece? Eles, Vereador-Presidente, vêm para o feirão do produtor trazendo
alface, cenoura, beterraba, batata, os produtos que eles produzem lá na sua
pequena gleba de terra. E eles podem vir ao mercadão do produtor e fazer a
venda desses produtos. Se nós fizéssemos a alteração - e aí acho que houve a
sensibilidade do Ver. Adeli -, se nós transformássemos os mercadões em
feiras-modelo, Ver. Haroldo e Ver. Mario Fraga, o produtor, ao ser cadastrado,
só poderia vender alface, só poderia ser vendedor daquilo que ele tiver
cadastrado. Com isso, eu estou matando aquele que, ao longo do tempo, prestou
um excepcional serviço à cidade de Porto Alegre, e que sobrevive com aquilo que
é mais difícil neste País, que é o setor produtivo, que, aliás, tem sofrido
demais da conta!
Vejam os dias de paralisações. Todo o setor
produtivo deste País, e a cadeia produtiva deste País, do agronegócio, da
agropecuária, do hortifrutigranjeiro, vive enorme dificuldade, por quê? Porque
há um profundo equívoco neste País de prestigiar o setor da especulação
financeira em detrimento do setor produtivo. E aí o nosso produtor, do nosso
cinturão verde de Porto Alegre, que já foi muito maior - hoje você chega na
Ceasa e 70% dos hortifrutigranjeiros não são produzidos em Porto Alegre, e, às
vezes, não no Rio Grande do Sul, vêm de São Paulo, vêm do Paraná, vêm de Santa
Catarina. Então, se eu faço essa mudança, estou matando o pouco que ainda resta
dos produtores do Canta Galo, lá do Chapéu do Sol, lá do Lajeado e da nossa
Região do Extremo-Sul da cidade de Porto Alegre. Então, sim, vamos votar
favorável para a regularização, para a oficialização das feiras.
Mas tinha dito, e que bom que o Ver. Adeli
retirou, porque, senão, o caminho seria derrotar o Substitutivo, porque na
nossa avaliação - e acho que na própria avaliação, agora amadurecida do Ver.
Adeli -, Ver. Oliboni, ele feriria de morte, eu diria, se insistisse com o
Substitutivo, eu mesmo estaria votando, inclusive, contra o Projeto do Oliboni.
Mas, na medida em que houve a retirada, conseqüentemente, vou votar favorável,
porque vamos manter, então, as feiras-modelo e vamos manter aquilo que está
dando certo, que é o mercadão do produtor, do nosso querido amigo que nos
assiste, que tanto tem defendido os produtores. Portanto, muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Dib está com a palavra para discutir
o PLL nº 016/05.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu não sou contra o Ver. Aldacir Oliboni, mas, do dia que assumi o
meu 9º mandato, eu fiz um juramento: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, defender a autonomia Municipal e exercer com honra,
lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo”.
O Ver. Aldacir Oliboni teve um voto contrário
meu, porque, no meu entendimento, contrariava a Lei Orgânica no caso do
nepotismo. Agora, o Ver. Aldacir Oliboni tem um Projeto de Lei que oficializa
as feiras-modelo de Porto Alegre, e teve da Comissão de Justiça apresentado
óbice à tramitação do mesmo, eis que contraria a Lei Orgânica que todos nós
juramos cumprir. Eu já fui Secretário de Transporte duas vezes, não posso
entender que alguém pretenda fazer uma linha de ônibus, fazendo o itinerário
fixado por Lei. Se eu fixo o itinerário por Lei, depois eu não posso mudar a
não ser por outra Lei. E aqui o Ver. Oliboni pretende dispor a oficialização
das feiras-modelo de Porto Alegre por Lei, sendo que, das duas, uma está na 3ª
Perimetral e a outra na Radial Vasco da Gama, e, nesse sentido, apresentei
Emenda retirando essas duas, porque eu acho um absurdo. Eu faria uma pergunta,
já que ele fez pelo art. nº 81, que não
precisa de Parecer; tem o Parecer contrário da Comissão de Justiça, isso
deveria determinar o arquivamento. Não, ele pediu o art. nº 81, e aí não
precisa de Parecer. Eu perguntaria se amanhã eu precisar tirar essas feiras dos
pontos onde elas estão, se eu preciso fazer outra Lei?
Uma das coisas mais tradicionais agora, em Porto
Alegre, das mais usadas em Porto Alegre é exatamente o Brique da Redenção. Foi
criado por lei ou por um ato do Prefeito e do Secretário da SMIC e, depois,
transformado em decreto. Quando tentaram fazer leis e mais leis em cima do
Brique da Redenção, só se criou tumulto.
O Sr. Aldacir
Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador): Eu queria tranqüilizar V. Exª,
porque o Projeto não está tratando de fixar, naquele local, aquela feira, que
tenha de ser permanente ali. Não, o Projeto não trata disso. Tanto é verdade,
que, para construir novas feiras, qualquer associação faz o requerimento, o
pedido à SMIC, e a SMIC determina o encaminhamento, dependendo, se é na rua, a
EPTC; se é numa praça, é com a SMAM. Não estamos tratando disso.
Eu estava conversando, há pouco, com o Ver.
Comassetto, que vai detalhar. Aquela feira na 3ª Perimetral, se solicitado pelo
entorno daquela comunidade que mude, através da associação, será mudada, desde
que haja o consentimento da SMIC.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB:
V. Exª está tentando me passar um atestado de analfabeto, e eu não vou aceitar.
Aqui está: Lista de Feiras-Modelo anexas ao art.
1º. Então, eu não vou aceitar.
O Sr. Aldacir
Oliboni:
Não estamos, Ver. João Antonio Dib, dizendo que somente essas feiras ...
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Mas aqui estão fixadas, está aqui, Jardim São Pedro; Largo
1º de julho, em frente ao Zivi-Hércules.
O Sr. Aldacir
Oliboni:
Nós tínhamos 23 feiras; hoje temos mais de 30.
Não estamos dizendo que essas feiras devam ficar
ali onde estão construídas.
Essa é uma responsabilidade da SMIC.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB:
A Feira do Bom Fim, na Irmão José Otão, entre a João Telles e a Santo Antonio.
É uma radial que foi construída para melhorar o trânsito em Porto Alegre; São
João, na Pereira Franco, entre a Madri e a Arabutã. Se isso não é uma lei, se
isso não está escrito no art. 1º, eu não sei. Acho que está completamente
equivocado. A Prefeitura tem interesse, sim, na manutenção de feiras, mas ela
tem de escolher os locais, e não podem ser fixados em lei. Obrigado. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Vereador Comassetto, vamos à Vila Nova, então. O Projeto de Lei diz que, na
Vila Nova, é na Rua Atilio Supertti, esquina Rodrigues da Fonseca, no sábado,
das 07h30min às 12h30min. Está definindo os locais. Em leis não se faz isso, eu
acho. A feira da Vila Nova, eu até entenderia, a população vai escolher o
lugar. A feira da Restinga, onde acho que tem que existirem mais feiras, mas
não por lei, fixando local. Agora, o que eu não admito, não aceito, é a da
Radial Vasco da Gama e a da 3ª Perimetral. Isso eu acho um absurdo. Na 3ª
Perimetral, aos domingos, das 7h30min às 12h30min. Muita gente entra na Cidade
pela 3ª Perimetral. Muita gente! Eu, inclusive, quando vou para casa.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: A
sua preocupação está correta e é legítima. Agora, nós temos aqui uma dúvida de
interpretação ou uma diferença de interpretação do que está se referindo o seu
art. 1º, como ficam oficializadas como evento do Município as feiras-modelo
relacionadas em anexo? O relacionado, para mim, é citar que a feira-modelo nº 1
ou a nº 15, como V. Exª leu aqui, é a feira-modelo da Vila Nova. A sua
localização tem que ficar, e poderá, no meu ponto de vista, o Executivo
deslocar para a quadra A, B ou C, mas ela passa a ter esse nome como
referência: feira-modelo da Vila Nova, ou feira-modelo do Bom Fim, ou
feira-modelo da São José, ou feira-modelo da Restinga. E nós reconhecemos e
traduzimos, aí, sim, uma segurança para esses produtores e para aqueles
comerciantes, porque na Feira-Modelo há produtor e há comerciante.
Para concluir, transmitimos a segurança de um
Projeto que deu certo. Isso poderá avançar e se qualificar, porque, inclusive,
constituindo-se leis, as comunidades dos feirantes poderão buscar outros
benefícios para qualificar este Projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais quem queira discutir. Em votação o
PLL nº 016/05 e, posteriormente, sua Emenda.
Em votação o PLL nº 016/05. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 016/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver.
Luiz Braz, apenas para um informe que é de interesse desta Câmara, e um pedido:
hoje estão-se encerrando as eleições do Sindicato dos Municipários, e esta
Câmara é praticamente uma tutora do processo. Trata-se de um processo que,
depois de 10 anos... É um processo que esperamos ser democrático, está correndo
tudo tranqüilamente, e os municipários da comissão eleitoral pedem que a Casa
faça um acompanhamento, se puder. Hoje às 21 horas chegam as últimas urnas e
elas serão encerradas aqui na Casa, cerradas, fechadas, e amanhã de manhã
inicia-se o escrutínio. Então, se alguns Vereadores puderem estar aqui entre 8h
e 9h30min para acompanhar esse processo do Sindicato dos Municipários, vai ser
muito importante para a democracia na Cidade. Muito obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço a V. Exª, Verª Sofia.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 4421/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 032/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que inclui
inciso V no art. 33 da Lei Complementar n. 12, de 07 de janeiro de 1975, e
alterações posteriores, incluindo dispositivo para o cancelamento de licença de
localização em casos comprovados de fabricação, comercialização e transporte de
produtos industrializados ilegalmente, falsificados ou receptação de roubo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Maurício Dziedricki: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, I, da LOM;
-
deixa de constar o parecer da CUTHAB, nos termos do art. 48 do Regimento da
CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 08-05-06.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLCL nº 032/05. O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 032/05.
O SR. ADELI
SELL:
Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, quem
mais precisa deste Projeto, neste momento, não é o seu autor, que já foi
Secretário da Indústria e Comércio, mas o atual Secretário, que em vários
momentos tem feito aquilo que nós já vínhamos fazendo: apreensões em
estabelecimentos com alvará. Não é apenas o camelô da esquina, pelo contrário,
ele tem um fornecedor, e um grande fornecedor.
Na Assembléia Legislativa do Estado, em
audiência com o nobre Presidente Záchia, há duas semanas, nós conseguimos que o
Deputado João Fischer, o Fichinha, entrasse com um Projeto semelhante, Ver. João
Dib, que cassa a inscrição estadual nesses casos. Portanto, essa empresa, tal
qual aqui no Município, perderá o seu alvará no Estado - o Projeto é o mesmo,
cópia literal -, perderá a inscrição estadual. Portanto, estaremos fazendo um
cerco a toda a pilantragem que existe.
E quem assistiu, na semana passada, ao programa
Roda Viva, no Canal 7, TV Educativa, pôde ver a brilhante entrevista do Sr.
Moisés Naím, que é editor da Foreign Policy, que veio ao Brasil lançar
um livro - que estou lendo no momento - brilhante, chamado “Ilícito”, em que
ele mostra que essa questão está globalizada e que, na verdade, grandes setores
do capital optaram pela ilegalidade. Porque, diz ele, é muito provável que
inclusive na “lavagem” de dinheiro as pessoas sejam pegas. Ele diz que 5%,
hoje, pelas atuais leis do mundo, inclusive nos Estados Unidos, conseguem pegar
esse tipo de crime.
Portanto, não estamos tratando do camelô da
esquina; estamos tratando de algo muito maior, algo extremamente complexo que
se chama “crime organizado”.
Nós temos dados, Ver. Braz, do camelódromo de Rio
Grande. O sujeito tinha uma empresa, vendeu-a, e conseguiu comprar duas bancas
de camelô. Portanto os camelôs são testas-de-ferro, laranjas, e nunca vão ter
problema com a Justiça do Trabalho. Afinal de contas, ninguém assina carteira,
porque, na verdade, o titular da banca não é ele, são outras pessoas, que
poderão ter mais problemas com a legalidade do que ele. Ele não tem problema
com o Imposto de Renda, ele não tem problema em pagar outro tipo de tributação.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, meus cumprimentos pelo
Projeto, mas eu vou fazer uma pequena sugestão, uma retificação no Projeto. O
artigo não é o art. 33, mas, sim, o art. 33-a, porque são duas coisas
diferentes: o art. 33 tem o inc. III e “trata de estabelecimentos ...”, mas o
art. 33-a é que diz que “a licença de localização deverá ser cancelada”.
O SR. ADELI SELL: Perfeito.
Então, com essa anotação, eu queria repetir, Ver. João Antonio Dib, que esse é
um tema que já está-se nacionalizando. Neste momento, o Coronel Camargo está
fazendo um curso - é o terceiro no Brasil - com agentes públicos: policiais
militares, civis, polícia, Receita, na sala do Ministério Público...
O Sr. João Antonio Dib: Desculpe por
eu voltar, Vereador, está certo, é o art. 33 mesmo, eu olhei melhor agora.
Desculpe, Vereador.
O SR. ADELI SELL: Obrigado. E ele
está fazendo esse treinamento, inclusive, com a participação de três
autoridades americanas, com quem tive o prazer, ontem, de dialogar, conversar,
inclusive, almoçar.
Então, essa não é uma questão do Adeli Sell; eu
apenas tive a honra e, talvez, o insight de, num determinado momento,
começar a tratar desse tema, há uns dez anos. Esse é um tema, hoje, que é do
mundo, do mundo civilizado! Ou nós enfrentamos esta questão ou tudo vai para o
beleléu! Eu prefiro estar com a legalidade, porque é assim que nós vamos poder
fazer o controle público dessas coisas todas. Por isso, eu peço o voto de todos
os senhores e senhoras Vereadoras, esperamos que sejamos vanguarda aqui,
aprovando este Projeto, hoje. E, na Assembléia, temos a palavra do Presidente
Záchia, que, em 45 dias, no máximo dois meses, também será votado o mesmo
Projeto, cassando a inscrição estadual. Muito obrigado, Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Encerramos a
discussão.
Em votação nominal, por solicitação desta
presidência, o PLCL nº 032/05. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 3278/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 021/04, que altera e
dá nova redação ao art. 2º e ao ‘caput’ do art. 3º, todos da Lei n. 9.181, de
30 de julho de 2003, que autoriza a desafetação e a alienação de próprio
municipal localizado entre as Ruas Desembargador Espiridião Lima Medeiros e
General Nestor Silva Soares, passagem de pedestre n. 03 do Loteamento Três
Figueiras, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 22-05-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLE nº 021/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 021/04. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 5185/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 013/05, que autoriza a desafetação e a alienação
do próprio municipal localizado na Rua Vicente da Fontoura n. 2772, fundos, ao
lindeiro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR.
Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia em 22-05-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLE nº 013/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação
nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 013/05. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM.
(Pergunta inaudível do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Tenho aqui como
maioria absoluta. Desafetação e alienação do próprio municipal, maioria
absoluta. Ver. Carlos Todeschini, alienação também é por maioria absoluta.
Srs. Vereadores, dentro daquilo que foi
combinado pelas Lideranças desta Casa, nós cumprimos toda a Pauta de votação
exigida para hoje, quarta-feira, colocamos um ponto final em nossa Sessão e
convoco os Srs. Vereadores para amanhã, no horário regimental.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h01min.)
* * * * *